sábado, 3 de maio de 2014

INTERNATOS NO BRASIL

Um desafio cultural

Por Armando Rocha

RESUMO

Uma instituição de ensino deve ser adequada às mudanças sociais e temporais envolvendo as necessidades exigidas com estas mudanças. Em função do estilo de vida das famílias nos últimos anos, os internatos podem exercer um papel muito importante na educação dos filhos destas novas famílias onde os pais trabalham e nem sempre tem com quem contar para complementar a educação além do horário letivo nos dias úteis. Esta monografia defende o internato como solução, adequado às necessidades atuais se apresentando amigável e convidativo através de um projeto arquitetônico que desfaça os paradigmas que existem em torno dos colégios internos ou internatos.
Esta monografia postada é uma versão reduzida da original.

1. INTRODUÇÃO
A escola é por um bom tempo o segundo lar e a segunda família. Nada mais natural então, que na escola moderna, os pais tenham contato estreito e sincero com professores, já que desta união quem ganha certamente é a criança que será motivada com maior conhecimento de causa tanto em casa como no ambiente escolar (SOUZA, 1986). A escola não substituirá jamais os pais no que lhes competem, mas auxilia sem restrições os futuros adultos às múltiplas visões acerca do universo que vivem. Baseado neste fato, diferente de antigamente, hoje em dia os Colégios Internos não são vistos como punição para muitos adolescentes. É verdade que as leis são severas e a educação é à base de uma boa convivência, mas nada que se compare com tempos atrás (Revista ACB, 2006).
Por outro lado encontrar colégio interno no país tornou-se tarefa difícil para muitas famílias, mas ainda assim existe e oferece educação de qualidade com bastante rigidez, levando em conta os dias atuais. Hoje é possível encontrar colégios internos para ambos os sexos, porém é terminantemente proibido o contato físico. As regras são bastante rígidas e a alimentação geralmente é muito balanceada. A maioria desses colégios internos é particular, embora não sejam banhados de luxo. A religião, na maioria dos colégios internos do Brasil, é chave para o desenvolvimento dos internos e consequentemente o comportamento e responsabilidade. Todavia, hoje para um interno ser expulso é necessário ter muitas advertências e, além disso, os internos podem sair do colégio com a autorização dos pais, sem contar que muitos têm acesso livre a internet e telefone (Wikipedia, 2013).
De acordo com notícia veiculada em 21 de setembro de 2012 através da rede Band News de notícia, cresce procura por internatos no Brasil.
“Curitiba, PR...[ASN] Para quem pensa que estudar em internato é coisa de filme ou que eles foram extintos no Brasil, engana-se. Apenas a rede adventista conta com 18 unidades em todo o País e nos próximos anos mais quatro serão abertas nos estados de São Paulo, Pernambuco, Mato Grosso e Pará. Nos internatos adventistas, todas as vagas estão preenchidas e há fila de espera. A procura por instituições educacionais em regime de internato vem crescendo no País. Com uma proposta bem diferente dos antigos "reformatórios", pais e alunos são atraídos cada vez mais por este sistema de ensino (BANDNEWS, 2012).”
O estilo de vida moderno onde os pais trabalham, por vezes os obriga a deixar seus filhos sob os cuidados de avós, babás, empregadas domésticas ou outras pessoas que porventura podem não ter a competência correta para continuar o desejo dos pais no que tange à educação moral axiológica e acompanhamento escolar após o horário letivo formal normalmente oferecido. Assim como as creches fazem o trabalho de cuidar das crianças na fase infantil, os colégios internos podem fazer um trabalho similar com boa qualidade na fase juvenil e adolescente, oferecendo ensino de qualidade aliado a práticas esportivas regulares entre outras rotinas saudáveis com atividades lúdicas à escolha dos residentes. Como também, bem visto pela maioria das famílias, mantem as crianças longe da insegurança urbana onde estão sujeitas ao assédio da ilicitude. Somado a isto, o internato exime os pais da tarefa de levar e trazer o filho ou filha através do transito a outras atividades extra-curriculares expondo-se ao caos urbano.
“Para muitos pais, cada dia se torna mais difícil conciliar trabalho e educação dos filhos.  Muitos se sentem frustrados, culpados e impotentes devido à falta de tempo para estarem junto dos filhos, por se verem forçados a entregar sua educação aos cuidados de terceiros, por não poderem participar dela e acompanhá-los mais de perto em suas atividades etc. Todos nós sabemos que os pais constituem a base na estruturação da personalidade de seus filhos. O que não se pode admitir é que essa base tenha que ficar mais distanciada deles, em conseqüência de um trabalho ou emprego.(EDUFAM, 2008)”

Um estudo realizado com dois grupos distintos de 30 alunos internos sobre a opinião de estudantes sobre o afastamento e as relações familiares após o ingresso em um colégio interno, mostra que a decisão pelo internato, em dois casos (um em cada grupo) foi dos pais, em 10 foi dos adolescentes e em 18 casos foi conjunta (61,1% no grupo I e 38,9% no grupo II). 50% dos alunos avaliam sua relação com a família como muito boa e acham que a vinda para o internato a tornou melhor, o que vale inclusive para os alunos que haviam referidos aspectos negativos. A experiência no regime de internato foi avaliada positivamente, apesar do afastamento familiar, da convivência com pessoas diferentes e da existência de normas e regras, por permitir desenvolvimento pessoal e amadurecimento como indivíduo. Conclui-se que a opção pelo internato envolveu principalmente a possibilidade da vivência de uma nova experiência, associada à oferta de melhores estudos, e que o internato é percebido pelos alunos como uma alternativa para o crescimento individual do aluno (BASES, BIREME, 2006 - Goes, Aceti; Fonseca, Lessa; Governo, Pereira; Borges, Coppo; Waidman, Pagliarini; Marcon, Silva - Base de dados: LILACS; Pesquisa: 489905).

1.1.    Objetivo
O internato proposto neste trabalho deve ser próximo ou dentro do centro urbano para atender às famílias onde os pais trabalham e não tem com quem deixar seus filhos durante o dia. Haverá residência para os alunos a partir do 7º ano do ensino fundamental (12 anos de idade ou mais) com oferta de 92 vagas do sexo feminino e 92 vagas para o sexo masculino (184 vagas) onde passarão a semana letiva residindo no internato, com exceção de feriados e finais de semana, salvo casos específicos e legais.
Serão priorizados no projeto e desenvolvimento do internato: conforto térmico, acessibilidade, sustentabilidade e estética. Deve ser visto como um espaço de prazer, pertencimento e suporte a convivências, em particular aquelas que ficam na memória. Caberá a escola as instalações para atividades lúdicas para evitar que os pais tenham que levar seus filhos a outros lugares para praticar esportes, música, dança ou outras atividades de seu interesse.
Será dimensionado para 1500 alunos aproximadamente, entre ensino infantil, ensino fundamental e ensino médio, dentre estes, 184 vagas serão oferecidas para residentes internos, com idades entre 12 e 18 anos de idade.

1.2.    Resumo dos capítulos
Capítulo 2, Revisão da Literatura: Pesquisa o início da utilização de internatos como meio de educar e sua evolução ao longo dos séculos desde o século XIV, enumerando também os internatos no mundo.
Capítulo 3, Metodologia: Descreve as ferramentas usadas para executar o trabalho de pesquisa e o desenvolvimento do projeto, objeto desta monografia.
Capítulo 4, Projeto: Descrição do projeto do internato proposto, indicando as facilidades e funcionalidades de cada setor.
Capítulo 5, Conclusão: Considerações do autor a cerca da viabilidade de implantação de internatos nos dias atuais.
Capítulo 6, Imagens: algumas imagens em 3D do projeto.
Capítulo 7, Referências bibliográficas: Relação das fontes de pesquisa para a elaboração deste trabalho.

2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Referencial Histórico e surgimento dos Internatos
Os internatos foram criados por Joseph Anthony Clintsberg, na Inglaterra, no século XIV, para conter a crise de filhos considerados desobedientes e alterados na época. Antes disso, a prática do envio de crianças para outras famílias ou para as escolas para que eles pudessem aprender juntos, data de muito tempo, registrado em literatura clássica e nos registros do Reino Unido que remontam mais de mil anos. Na Europa, uma prática desenvolvida pelos primeiros tempos medievais de envio de meninos para ser ensinado por clérigos letrados, tanto nos mosteiros ou como em grandes domicílios próprios.
A escola do Rei, Canterbury, muitas vezes considerada o mais antigo internato do mundo, conta o desenvolvimento da escola no mosteiro em torno de 597 dC como a data de fundação da escola. O autor da Crônica Croyland, lembra ser testado em sua gramática por Edward, nos claustros da abadia, como um estudante de Westminster, em torno de 1050 d.c. Escolas monásticas como tal eram geralmente associadas com os mosteiros no reinado de Henrique VIII. Apesar de Westminster ter sido preservada, a maioria das escolas foram substituídas. Winchester College foi fundada pelo bispo William de Wykeham em 1382 e afirmam ser a mais antiga escola em funcionamento contínuo (WIKIPEDIA, 2013).

2.2. Internatos no mundo
Africa: 142 internatos;
Ásia: 141 internatos;
Oriente Médio: 6 internatos;
Oceania: 209 internatos;
Europa: 228 internatos;
América do Norte: 343 internatos;
América Central: 10 internatos;
América do Sul (exceto Brasil): 51 internatos;
Brasil: 16 internatos adventistas e 11 internatos ligados a outras religiões ou militares.

 

A quantidade de internatos informados acima é um valor aproximado considerando apenas o resultado da pesquisa realizado entre 23/04/2013 e 04/05/2013 nos sites relacionados na tabela abaixo:
1
http://www.argentino.com.ar/egb-3-y-polimodal-escuela-intercultural
2
http://www.planetacolombia.com/internado
3
http://www.colegiocume.com/
4
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_boarding_schools
5
http://pt.wikipedia.org/wiki/Internato
6
http://www.educacaoadventista.org.br/internatos/
7
http://www.guialocal.com
8
http://www.planetacolombia.com/internado
9
http://www.topcolegios.com/colegios-internos.html

A pesquisa, sobre o número de escolas ou colégios com internatos no mundo, é incompleta face as dificuldades encontradas para buscar informações precisas e disponíveis em vários sites visitados na internet através de pesquisa no google.com e sites “.edu” nos países latinos. Não foram encontradas publicações tratando especificamente do assunto, pesquisando nos sites das principais livrarias online do Brasil como Saraiva, Cia dos Livros, Livraria Cultura, Estante Virtual, Siciliano, Fnac, Nobel, entre outras.

2.2.1. Os Principais Colégios Internos no Mundo
Os principais internatos do mundo são os mais procurados com maiores filas de espera. Por vezes são os mais conceituados em garantir vagas nas principais universidades.
Este levantamento foi feito pelo jornalista Sampson Quain e traduzido por Jessica Pietro Pupo (EHOW, 2013).

2.2.1.1. Escola Westminster
A escola Westminster, em Londres, Inglaterra, localizada próxima à abadia Westminster, foi fundado em 1179 pelos monges beneditinos. A escola aceita meninos de 13 anos e garotas de 16, e possui 750 vagas, sendo que 1/4 são vagas destinadas para alunos internos. Nos últimos cinco anos, metade das salas que se formaram foram aceitas na Universidade de Oxford e Cambridge, e outros 45% frequentaram universidades na Inglaterra ou nos Estados Unidos (Westminster, 2013).
2.2.1.2. Academia Squaw Valley
Abrigada nas montanhas do lago Tahoe, Califórnia, a academia Squaw Valley é um colégio interno preparatório, com vagas para 100 estudantes do sexo masculino e feminino, da oitava a 12ª série. A universidade apresenta uma taxa de 100% aceitação nas universidades, com estudantes de países como Áustria, Noruega, Turquia, Indonésia e Brasil (SVA, 2013).
2.2.1.3.  Academia Cheshire
A academia Cheshire, em Connecticut, foi fundada em 1794 e possui vagas para 363 alunos, da sexta à 12ª série, de 15 países diferentes. A escola baseia sua filosofia no desenvolvimento de princípios do caráter, como a cortesia, tolerância e respeito pelo outro. Candidatos de outros países precisam possuir o diploma TOEFL e um exame especial padronizado (Cheshireacademy, 2013).
2.2.1.4. Escola Woodstock
A escola Woodstock, um internato de língua inglesa localizado nas montanhas do Himalaia, na Índia, foi fundado em 1854, e infunde valores cristãos em seus alunos do jardim de infância até a 12ª série. A Woodstock foi a primeira escola na Ásia a receber credenciamento dos Estados Unidos e, nos últimos cinco anos, 95% dos estudantes que se formaram foram aceitos em escolas americanas como Dartmouth, Cornell e Stanford (Woodstockschool, 2013).
2.2.1.5. JFK Internacional
O colégio interno suíço JFK Internacional, localizado nos Alpes suíços, é um internato de língua inglesa e uma escola diurna, com 70 estudantes, da quarta a oitava série. Os trabalhos em projetos e habilidades de pesquisa são enfatizados em matérias como literatura, gramática, matemática, estudos sociais, drama e tecnologia da informação (JFK, 2013).
2.2.1.6. Academia Canadense
A Academia Canadense, em Kobe, no Japão, fundada em 1990, é uma escola internacional que possui credenciamento americano e que confere diplomas internacionais de ensino médio e bacharelado. São 700 vagas disponíveis para 35 países, com ensino desde o jardim de infância até a 12ª série. As instalações incluem dois teatros, dois ginásios completos, três centros de tecnologia, uma biblioteca e um centro de media. Apenas alunos do ensino médio podem se candidatar para o programa de internato (CANACAD, 2013).
2.1.1.7. Branksome Hall
O Branksome Hall, em Toronto, Canadá, é uma escola diurna e internato para garotas, que ensina estudantes desde o jardim de infância júnior até a 12ª série, e oferece o diploma da escola secundária de Ontário. A escola possui 870 vagas e 97% dos estudantes que se formam são aceitos em uma universidade (BRANKSOME, 2013).
2.2.1.8. Academia Internacional EF (Education First)
A Academia Internacional EF, em Tarrytown, Nova York, é um internato com campus na Inglaterra e Vancouver, da nona à 12ª série. A escola apresenta vários programas de estudo, incluindo um programa de diploma IB de dois anos, um programa de ensino médio americano e um programa nível A de preparação para estudantes que querem cursar faculdades no Reino Unido (EF, 2013).
2.2.1.9. Escola diocesana para garotas
Fundada em 1903 como uma instituição dedicada à fé anglicana, a Escola Diocesana para garotas, em Auckland, na Nova Zelândia, é uma escola diurna e internato, do jardim de infância até a 12ª série, que confere um diploma IB e o Certificado Nacional de Desempenho Escolar, o certificado de educação secundária credenciado pela Nova Zelândia (DIOCESAN, 2013).
2.2.1.10. Escola Internacional Bilíngue de Provença
Localizada na França, a Escola Internacional Bilíngue de Provença (IBS) é uma escola diurna e internato, com ensino desde a escola primária até a 12ª série. São 600 vagas, com 50% dos estudantes vindos de 40 países diferentes. A IBS possui aulas ministradas em francês e inglês, e oferece um diploma IB e um diploma francês (IBSOFPROVENCE, 2013).
2.2.1.11.  Escola Delphian
A Escola Delphian é independente, funcionando como externato e internato, localizado em Oregon na costa do Pacífico nos Estados Unidos. Situada a 60 milhas de Portland, com 800 acres no Vale Willamette (em torno de 4 horas ao sul de Seattle, Washington), oferece educação fundamental e ensino médio. Oferecem também programas de verão e um programa de imersão na língua inglesa pois é altamente considerada como um segundo idioma. Os alunos internos são aceitos a partir de 8 anos de idade, e estudantes no externato, a partir dos 5 anos de idade. Há aproximadamente 240 estudantes inscritos e 55 membros do corpo docente (DELPHIAN, 2013).

2.2.1.12.  Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts
A Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, ou simplesmente Hogwarts, é um internato fictício de magia para feiticeiros e feiticeiras com idades entre os onze e dezessete anos. É o palco principal para os primeiros sete livros da série Harry Potter, de JK Rowling, cada livro equivalendo a um ano letivo. Hogwarts foi votada como a 36ª melhor instituição de ensino escocesa em uma lista online de 2008, superando a Loretto School, localizada em Edimburgo. Segundo um dos diretores da Listagem da Rede de Escolas Independentes, a escola fictícia foi adicionada ao ranking apenas como "uma brincadeira", e depois esteve disponível ao voto (WIKI,2013).
CASTELO DE HOGWARTS
Fonte da Figura: http://hogsmeadeonline.blogspot.com.br


2.3. A Iniciativa da Educação Adventista
Os adventistas do sétimo dia começaram sua busca por uma educação integral e de qualidade, com o propósito de oportunizar aos seus filhos o preparo acadêmico em conformidade com os princípios cristãos. Em 1875, a Educação Adventista teve seu início com a abertura do Battle Creek School, Michigan, que se destinava a atender os níveis elementares e secundários do Ensino Básico. Desde que surgiu, a rede ampliou sua atuação em todos os continentes, expandindo sua clientela a todos aqueles que simpatizam com sua filosofia e seus métodos (Educação Adventista, 2013).
A Igreja Adventista do Sétimo Dia, na América do Sul, possui mais de 850 instituições de ensino com aproximadamente 230 mil alunos distribuídos em Ensino Fundamental, Médio e Superior. Cerca de 140 mil no Brasil e 90 mil no Equador, Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai. Um batalhão, cerca de 15 mil professores é responsável pela formação desses indivíduos que muitas vezes são atraídos pela bandeira da educação integral, que foca a pessoa no seu todo – físico, mental e espiritual (Educação Adventista, 2013).
Essa história é bem visível em São Paulo e nos Estados do Sul do Brasil, que juntos possuem o maior contingente de alunos da Divisão Sul-Americana: mais de 70 mil alunos. São escolas amplas, bem equipadas e o programa de estudos é formado com as matérias do currículo oficial somadas a algumas bem peculiares, como Educação para a Vida que, entre outras coisas, ensina a cuidar dos afazeres domésticos, preparar uma refeição e estimula o empreendedorismo (Educação Adventista, 2013).
Foi na região Sul do Brasil que a Educação Adventista fez história, com o primeiro colégio particular fundado por uma família adventista em Curitiba, em 1896, e com a escola paroquial de Gaspar Alto, Santa Catarina, fundada um ano depois.

2.4. Educação no Brasil
Sabemos que a educação está presente em nosso cotidiano. Entre tantas definições para Educação, a preferida é dada pelo registro da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) 9.394/96 no seu Título I, Artigo 1º. E seus parágrafos:
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
Apesar da definição, o parágrafo 1º deste mesmo artigo, explicita que a presente LDB disciplina somente a educação escolar, ou seja, a educação formal (GARCIA & IRINEU, 2012).
No Título IV da LDB que trata da Organização da Educação Nacional, são regulamentados todos os sistemas de ensino e suas organizações. O trabalho em questão está fundado e dimensionado para uma instituição privada de ensino (GARCIA & IRINEU, 2012).
O Artigo 20 do Título citado no parágrafo anterior, trata das instituições privadas e suas categorias. Este trabalho está enquadrado na primeira categoria, Inciso I, que abrange todas as instituições mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas que visam lucro, não caracterizando cooperativa, que não atendem a orientação confessional e ideologia específicas ou filantrópicas (GARCIA & IRINEU, 2012).
Dentre os, aproximadamente, 193 mil estabelecimentos de ensino no Brasil, 27 são escolas ou colégios que oferecem dependências para residência de seus alunos, ou internatos (INEP, 2013). Estão matriculados 84,5% em escolas públicas e 15,5% em escolas da rede privada (INEP, 2011).

2.4.1. Legislação Educacional do Brasil:
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) são normas obrigatórias para a Educação Básica que orientam o planejamento curricular das escolas e dos sistemas de ensino. Elas são discutidas, concebidas e fixadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). Cada etapa e modalidade dela (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) também apresentam diretrizes curriculares próprias. A mais recente é a do Ensino Médio.
As diretrizes buscam promover a equidade de aprendizagem, garantindo que conteúdos básicos sejam ensinados para todos os alunos, sem deixar de levar em consideração os diversos contextos nos quais eles estão inseridos.
O processo de definição das diretrizes curriculares conta com a participação das mais diversas esferas da sociedade. Dentre elas, o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Educação (Consed), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), além de docentes, dirigentes municipais e estaduais de ensino, pesquisadores e representantes de escolas privadas.
As diretrizes curriculares visam preservar a questão da autonomia da escola e da proposta pedagógica, incentivando as instituições a montar seu currículo, recortando, dentro das áreas de conhecimento, os conteúdos que lhe convêm para a formação daquelas competências explícitas nas DCNs.
Desse modo, as escolas devem trabalhar os conteúdos básicos nos contextos que lhe parecerem necessários, considerando o perfil dos alunos que atendem, a região em que estão inseridas e outros aspectos locais relevantes.
Etapas da Educação Básica: Parecer CNE/CEB nº 12/1997;
Quanto às etapas correspondentes aos diferentes momentos constitutivos do desenvolvimento educacional, a Educação Básica compreende:
I – a Educação Infantil, que compreende: a Creche, englobando as diferentes etapas do desenvolvimento da criança ate 3 (três) anos e 11 (onze) meses; e a Pre-Escola, com duração de 2 (dois) anos.
II – o Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, com duração de 9 (nove) anos, e organizado e tratado em duas fases: a dos 5 (cinco) anos iniciais e a dos 4 (quatro) anos finais;
III – o Ensino Médio, com duração minima de 3 (três) anos.


2.4.1.1. Modalidades Paralelas
A instituição de ensino deve estar preparada para receber alunos com necessidades especiais conforme Parecer CNE/CEB no 7/2010.
O ensino profissionalizante é uma modalidade facultativa às escolas e pode ocorrer no ensino médio ou posterior a ele. Pode acontecer junto com o ensino médio ou continuado a ele, cabe à instituição, adaptar-se a sua escolha.
2.4.1.2. Limite de Alunos por Turma
O projeto arquitetônico de escolas deve prever salas de aulas adequadas em tamanho, conforto e estrutura para o professor e alunos passando pela limitação de alunos por sala considerando cada etapa da educação. Na maioria dos casos depende do bom senso das escolas, mas, o CNE aprovou o Parecer no 8, de maio de 2010, considerando estas limitações.
Desde 2010, o Conselho Nacional de Educação aprovou um parecer que, entre outras medidas consideradas essenciais para um Ensino de qualidade, limita a quantidade de estudantes em cada turma, que varia de acordo com a etapa educacional.
O projeto de lei do Senado (PLS 504/2011) é de autoria do senador Humberto Costa (PT-PE) e altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB – Lei 9.394/1996) e foi aprovado em 16 de outubro de 2012.
De acordo com a proposta, as turmas de pré-escola e dos dois primeiros anos do ensino fundamental não poderão exceder a 25 alunos. Já as classes das demais séries do ensino fundamental e as do ensino médio, segundo determina o projeto, devem ter, no máximo, 35 alunos (Senado, 2012).

2.5. Oferta de Educação em Tempo Integral e Atendimento Complementar:
Conforme dispõe o Fundeb, considera-se educação básica em tempo integral a jornada escolar com duração igual ou superior a sete horas diárias, durante todo o período letivo, compreendendo o tempo total que um mesmo aluno permanece na escola ou em atividades escolares.
Atualmente, mais de 1,7 milhão de alunos matriculados no ensino fundamental têm educação em tempo integral, sendo que, dos matriculados na rede pública, 6,4% recebem educação em tempo integral, contra 1,7% da rede privada de ensino.
Em 2011, na rede pública de ensino, o atendimento complementar com o segundo maior número de matrículas é Matemática, evidenciando a participação em aulas de reforço. Já na rede privada, o destaque é o curso de Brincadeiras, Jogos não Estruturados, Recreação/Lazer e Festas (FUNDEB, 2012).
  
2.6. O Município de Campos dos Goytacazes no Estado do Rio de Janeiro:
De acordo com o SINEPE (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Particular de Campos – RJ) há 88 escolas particulares e nenhuma delas oferece o regime de internato (SINEPE, 2012).
População em idade escolar: 106.382 (2010) Fonte: IBGE
Campos dos Goytacazes é um município do estado do Rio de Janeiro, no Brasil, com 97 bairros, população de 472.300 habitantes e uma área total de 4.031.910 km². É o município com a maior extensão territorial do estado, ocupando uma área pouco menor que a do Distrito Federal (Wikipedia, 2013).  Em Campos, se localizam importantes universidades públicas e privadas do estado do Rio de Janeiro (IBGE, 2012).

2.6.1. Economia
A cidade é um importante centro comercial e financeiro que abrange o nordeste fluminense e o sul capixaba. No centro da cidade, há um forte e diversificado comércio popular.

2.6.2. Cultura
A cerâmica, o couro, a palha e a madeira são os materiais de destaque em seu artesanato. Na culinária, além da cachaça e da goiabada cascão, o suspiro e o chuvisco são famosos. Havendo grande tradição cultural e política na região da chamada baixada Campista. Vale destacar, também, a fundação da primeira sala de cinema de Campos construída pelo senhor Alamir, conhecida como Cine São José, sendo o prédio trazido da Europa pedra por pedra e reconstruído na cidade, e tendo como primeira exibição o filme Marcelino Pão e Vinho (Wikipedia, 2013).

2.6.3. Educação
Referência na área universitária por abrigar instituições como Universidade Estadual Norte Fluminense (UENF), Instituto Federal Fluminense (IFF, antigo Cefet-Campos), Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional (ICSDR), Universidade Federal Fluminense (UFF), Faculdade de Medicina de Campos (FMC), Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO), Estácio de Sá, Universidade Cândido Mendes, Instituto Superiores do CENSA (ISECENSA), Centro Universitário Fluminense (Filosofia, Arquitetura, Letras, Pedagogia, História, Artes, Direito e Odontologia), Faculdade Batista Fluminense, Escola Superior de Administração e Negócios do Norte Fluminense (ESANNF), e por abrigar escolas de ensino médio na área particular como o Colégio João XXIII, pH Sistema de Ensino, Anglo Campos, CEFA Objetivo, Colégio Alpha, Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora, Colégio Eucarístico, Colégio Batista Fluminense, Colégio Bittencourt (1914), Colégio Pró-Uni, Instituto Dom Bosco Salesiano, Escola Adventista, Externato Campista e na área pública como o Liceu de Humanidades de Campos, Escola Estadual Constantino Fernandes, Escola Estadual Thieres Cardoso, Escola Estadual João Barcelos Martins, IFF Campus-Centro, Instituto Superior de Educação Professor Aldo Muylaert (ISEPAM) e E.T.E. Agrícola Antônio Sarlo (Wikipedia, 2013).

2.6.4. Turismo
2.6.4.1. Atrativos naturais
Os campos dos goytacazes se estendem até o oceano Atlântico, ponto inicial da colonização. Possui praias com ondas fortes e desertas. São frequentadas mais por surfistas. Em algumas praias, há colônias de pescadores (Wikipedia, 2013).
Como atrativos naturais destacam-se: Região do Imbé; Região da Bela Joana; Região das Serras (pico São Mateus, pedra Lisa [pico de 726 metros] e pedra do Baú); Praia do Farol de São Tomé; Rio Preto; Lagoa de Cima; Lagoa Limpa; Rio de Donana e Rio Paraíba do Sul.

2.7. Infraestrutura nas Escolas
A infraestrutura disponível nas escolas tem importância fundamental no processo de aprendizagem. É recomendável que uma escola mantenha padrões de infraestrutura necessários para oferecer ao aluno instrumentos que facilitem seu aprendizado, melhorem seu rendimento e tornem o ambiente escolar um local agradável, sendo, dessa forma, mais um estímulo para sua permanência na escola.
Observa-se que, no ensino fundamental, o recurso mais disponível é o “laboratório de informática”, sendo oferecido em 44% das escolas públicas, enquanto que na rede privada o recurso em destaque é o “acesso à internet”, presente em 88% das escolas. Essas escolas atendem 77% e 96% dos alunos, respectivamente. Nas Tabelas 20 a 23, é possível verificar quantos alunos são atendidos para cada um dos recursos apresentados. Fica fácil constatar que as escolas de ensino médio têm melhor infraestrutura que as de ensino fundamental (INEP, 2012).

2.8. Arquitetura Escolar
Está estabelecido na literatura internacional que um ambiente arquitetônico como o de uma escola pode interferir na aprendizagem do aluno, o que prova que a arquitetura escolar é um tema de elevada importância a ser considerado quando um projetista é chamado a fazer o seu trabalho. Tarefa simples não é, ainda mais quando este profissional tem que lidar com pouco espaço, pouco dinheiro e pouco tempo. Neste caso, o conhecimento sobre a arquitetura escolar, nos seus aspectos mais amplos de conforto, funcionalidade e beleza, apoia o projetista na busca de um ambiente ideal para abrigar as atividades de ensino.
O Brasil tem uma longa história de arquitetura escolar. Houve épocas em que ela foi quase um monumento das cidades. Os prédios tinham um alto investimento do Estado e do município, sendo em geral construídos na praça principal, junto à Prefeitura e à igreja matriz. Eram representados por uma arquitetura eclética, destinando-se mais à elite. “Com a democratização, o crescimento urbano e as políticas de ensino para todos, houve períodos em que os Estados e municípios tiveram que se apressar por construir escolas para oferecer vagas”, contextualiza Doris. Com isso, criaram-se as escolas-padrões. Até agora a situação é esta. Os Estados estão investindo em projetos mais racionais (GARDENAL, 2013).
No caso dos internatos do Brasil, em sua maioria, adventistas, são construções ecléticas que lembram hotel-fazenda. Em um deles, a igreja adventista na FAAMA (Faculdade Adventista da Amazonia) foi projetada por Oscar Niemeyr. Entre as outras escolas, vários arquitetos contribuíram de alguma forma, no projeto de novos blocos para estes internatos ou na reformulação arquitetônica com o objetivo de adaptar a construção existente a uma nova função, no caso, o internato (IAB, 2013).
Durante a pesquisa, investigando a história de cada internato brasileiro, com exceção dos adventistas, nenhum deles foi projetado exclusivamente para este fim. Os internatos existentes foram adaptados a partir de grandes casarões com muitos quartos, tendo como acréscimo alguns blocos auxiliares no terreno em torno destes casarões, quando possível.
A localização dos internatos adventistas está sempre distante dos centros urbanos, enquanto que outros internatos, próximos ou dentro dos centros urbanos. Nestes internatos são instalados alojamentos especiais para professores e funcionários que dispõem de todas as facilidades e recursos para conviver com a escola e com os alunos durante o horário letivo.

2.8. Esporte na escola

A Lei de Incentivo ao Esporte – Lei 11.438/2006 – permite que empresas e pessoas físicas invistam parte do que pagariam de Imposto de Renda em projetos esportivos aprovados pelo Ministério do Esporte. As empresas podem investir até 1% desse valor e as pessoas físicas, até 6%. Apesar da timidez da lei, é um começo.
No esporte, existem campeões e existem heróis. Campeões vencem porque são bons no que fazem e tiram proveito particular de suas vitórias.
Heróis vencem quando menos se espera, superam seus próprios limites, e quando recebem os louros dividem suas vitórias com uma nação inteira... (Augusto Branco – poeta brasileiro)

O esporte nos Estados Unidos é uma parte importante na cultura do país que tem uma cultura associada ao esporte desde a escola até por questões de saúde pública, os esportes recebem muitos incentivos fiscais do governo, também conseguem atrair uma gama enorme de público e de patrocinadores.
O esporte universitário no país é organizado em sua maioria pela National Collegiate Athletic Association (Associação Atlética Escolar Nacional), uma associação criada em 1906 com aproximadamente 1200 universidades inscritas, é a NCAA que organiza os campeonatos nacionais das mais variadas modalidades entre esportes individuais e em equipes.
Atualmente vários campeonatos são exibidos na televisão, sendo os principais os de futebol americano e basquetebol, apesar da grande quantidade de renda que esses torneios geram, por lei os esportes universitários não podem ser profissionais, ou seja, os jogadores não podem receber salários nem firmar contratos com os clubes. (WIKI, 2013).
No Brasil não há esta cultura de incentivo, além do tímido 1% abatido no IR segundo a lei. Cada atleta que temos com reconhecimento internacional teve que trabalhar muito e até investir seus próprios recursos para alcançar o status que tem. Este internato propõe grandes investimentos na área esportiva com o objetivo de quebrar este paradigma e fomentar a indústria esportiva a criar parcerias com o internato para incentivar a prática de esportes entre os estudantes através de bolsas vinculadas às notas de desempenho individual do aluno atleta. Portanto, este centro esportivo não deve estar vedado às outras instituições de ensino, proporcionando acesso aos talentos reconhecidos e indicados pelas instituições públicas e privadas.


3. METODOLOGIA
Todo o trabalho foi desenvolvido a partir de pesquisas na internet, legislação pertinente, revistas, entrevistas, livros, conversas informais, anotações pessoais, experiência adquirida no cotidiano de profissionais ligados às escolas particulares e bibliografia sugerida pelo coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo.
Os sites pesquisados são de escolas ou colégios internos, blogs de estudantes, sites governamentais, sites com vídeos institucionais, mapas com localização e links direcionados às instituições pesquisadas, sites de universidades e suas monografias e entrevistas com depoimentos sobre o assunto.
Revistas e livros especializados em educação também serviram como importante fonte de dados para esta pesquisa e suas conclusões.


4. PROJETO
O complexo escolar com Internato foi projetado para ser implantado em um terreno de 171.750 m2, situado à Avenida Artur Bernardes na cidade de Campos dos Goytacazes, RJ.
O complexo escolar com internato contém:
·         Estacionamento externo e interno;
·         Fluxo de entrada e saída vigiado com guarita;
·         Prédio escolar com 64 salas de aula e 16 salas de apoio;
·         Prédio auxiliar para biblioteca com acesso à internet para pesquisas;
·         Prédio auxiliar com administração e sala do diretor da escola;
·         Prédio auxiliar dedicado à creche com ensino infantil;
·         Prédio auxiliar com restaurante e lanchonete;
·         Capela;
·         Dormitório masculino para internos com 90 vagas;
·         Dormitório feminino para internas com 90 vagas;
·         Casas acessíveis para funcionários do complexo escolar;
·         Teatro com salão de festas e área multifuncional;
·         Centro esportivo com quadras, piscina e pista olímpica;
·         Casa de máquinas com equipamentos de distribuição de água potável, ar de refrigeração e equipamentos de combate a incêndios.

4.1. Área Escolhida e Localização

A área escolhida para a implantação do internato está situada à Avenida Artur Bernardes, entre a Av. Visconde do Rio Branco e a Av. Dr. Nilo Peçanha (Latitude: 21°46'20.00"S; Longitude: 41°20'26.00"O), está situada em uma MEU (Macrozona de Expansão Urbana); em uma zona ZR4/ZR2.
ZONA
CARACTERÍSTICAS
Coeficiente de Aproveitamento do Terreno (CAT)
Taxa de Ocupação
(TO)
ECS2
Comércio de Bairro / Atividades GI - 2
ZR-1 = 2,5
70%
ZR-2 / ZR-3 = 3,5
70%
ZR-4 = 4,5
80%

TABELA 08 – Tabela do Anexo II, Quadro 6, da lei 7.974 – Lei de Uso e Ocupação do Solo
A atividade educacional, ou instituições de ensino são enquadradas como Atividades GI e GII em conformidade com o Grau de Impacto de acordo com a Comissão Nacional de Classificação (http://www.cnae.ibge.gov.br) e de acordo com o Anexo I, Quadro 1 e Quadro 2 da lei 7.974 – Lei de Uso e Ocupação do Solo:
GI-108 Educação Infantil – Creche - GRAU I - até 300m2
GI-109 Educação Infantil – Pré-escola - GRAU I - até 300m2
GI-131 Ensino de esportes - GRAU I - até 300m2
GII-277 Educação profissional de nível técnico - GRAU II - até 600m2
GII-319 Ensino Fundamental - GRAU II - SEM LIMITE DE ÁREA
GII-320 Ensino Médio - GRAU II - SEM LIMITE DE ÁREA
GII-321 Educação profissional de nível técnico - GRAU II - SEM LIMITE DE ÁREA

Quadro nº 5-3 – Quadro-síntese de usos e atividades em ZR-4
Ensino Até Primeiro Grau – interior / eixos locais
Ensino Segundo Grau, Superior – eixos locais
Hospedaria-Residência (com Cômodos) – interior / eixos locais
Hotel – eixos locais
Creche – interior / eixos locais


Em função da proposta, conforme explicado, a área escolhida é estratégica devido a sua localização ligeiramente central e próxima à área de expansão urbana que tende a se desenvolver mais rápido (figura abaixo). Se os pais que trabalham o dia todo pretendem deixar seus filhos no internato, sempre vão ter a possibilidade e facilidade de interagir com seu filho ou com o internato sempre que precisarem ou forem solicitados. 

FIGURA  – Localização do internato na cidade.
Fonte da figura: Imagem do Google Earth com figura da implantação.

4.2. Programa Básico de Necessidades:
O Programa de necessidades visa atender o ensino infantil, fundamental ciclo 1 e ciclo 2, ensino médio e laboratórios com especificidades para as disciplinas ofertadas. Além disto, o setor residencial para alunos internos e professores ou funcionários residentes.
Setores básicos que compõe o internato (alguns setores podem ser comuns a duas ou mais áreas distintas):
Setor Administrativo:
Recepção vinculada à sala de matrículas;
Secretaria;
Sala da Diretoria com lavabo dedicado;
Sala de Coordenação Pedagógica;
Sanitários para a área administrativa;
Sala de Professores;
Sala da(o) Assitente Social;
Copa da área administrativa;
Sala de arquivos físicos e digitais;
Sala de Vigilância por CFTV;
Setor Pedagógico:
Salas de Leitura com biblioteca;
Salas de Aula - ENSINO INFANTIL;
Laboratório de Línguas;
Salas de Atividades Lúdicas;
Salas de Reforço;
Sala de brinquedos;
Laboratório de Física;
Laboratório de Química;
Laboratório de Ciências Naturais;
Laboratório de Metrologia;
Depósito de material didático;
Quartos de Descanso;
Setor de Vivência:
Sanitário de alunos (masculino e feminino);
Galpão esportivo com quadras e piscinas;
Auditório;
Cine-Teatro Multiuso;
Parque e área comum;
Refeitório;
Cozinha;
Despensa;
Setor de Serviços:
Alojamento de funcionários;
Depósito de material de limpeza;
Área de serviços com Lavanderia;
Áreas de Carga e Descarga;
Oficina de Manutenção;
Alojamento de residentes masculinos;
Alojamento de residentes femininos;
Estacionamento

4.2.1. Fluxograma do Internato Escolar


4.3. Estacionamento e Trânsito

4.3.1. Estacionamento externo
Contem 120 vagas (16 vagas acessíveis) disponíveis ao público em geral, e um ponto de ônibus na calçada do estacionamento.
Toda a área de estacionamento, com exceção das vagas acessíveis, deve ser pavimentada com concregrama para promover a permeabilização do solo.

4.3.2. Estacionamento interno
Contem 440 vagas (18 vagas acessíveis) e 6 vagas para ônibus. Estas vagas só serão utilizadas por pessoas cadastradas com permissão para passar pela guarita como funcionários, pais de alunos da creche e excepcionalmente no caso de grandes eventos culturais ou esportivos quando será aberto de forma controlada ao público convidado.
Toda a área de estacionamento, com exceção das vagas acessíveis, deve ser pavimentada com concregrama para promover a permeabilização do solo.

4.3.3. Arruamento
As ruas internas do complexo contornam o terreno não sendo permitido o acesso livre ao núcleo que será controlado por cancelas eletrônicas acionadas por controle remoto com funcionários autorizados. Portanto, ao passar pela entrada principal, o motorista deve passar pela guarita e contornar o complexo a partir da direita, percorrendo 1.550 metros entre entrar e sair do complexo, aproximadamente 5 min, na velocidade máxima de 20 km/h.
A pavimentação das ruas internas será de asfalto ecológico de última geração agregando pó de borracha oriunda de pneus triturados.

4.3.4. Trânsito de pedestres
A partir do estacionamento externo ou do ponto de ônibus, o pedestre, aluno ou não, deverá obrigatoriamente passar pela roleta da guarita em direção ao seu destino através de calçadas próprias para pedestres, revestidas de material cimentício permeável entretravado ou piso permeável drenante, dotadas ainda de piso tátil indicando caminhos, obstáculos e travessias. As calçadas variam em suas dimensões na largura entre 2; 2,5; 3 e 4 metros, dependendo da localização e fluxo previsto de pessoas. Alguns trechos de calçadas devem ser cobertos para o trânsito de alunos e funcionários.

4.4. Prédio Escolar
O prédio escolar, dotado de 64 salas de aula e 16 salas de apoio técnico-administrativo, está dividido em dois pavimentos: térreo e superior.

4.4.1.  Distribuição das Salas de Aula
As turmas serão divididas conforme tabela abaixo:
Creche: até 2 anos (cuidados especiais em períodos flexíveis);
Pré-escola = 2 anos (4 semestres ou períodos: do PRÉ1 a ALFAB.);
Ensino fundamental = 9 anos (18 semestres ou períodos);
Ensino médio = 3 anos (6 semestres ou períodos); OBS.: o quarto ano será oferecido para aqueles que optarão por cursos profissionalizantes durante a noite.

IDADE
Aprox.
TURMA 1
TURMA 2
TURMA 3
TURMA 4

Até 2
Berçário
06
07
NA
NA
Creche com Educação
Infantil
2 / 3
Maternal
10
10
NA
NA
3 / 4
Fase I
10
10
NA
NA
4 / 5
Fase II
10
10
NA
NA
5 / 6
1º  ANO
24
24
24
24
Ensino
Fundamental
6 / 7
2º  ANO
24
24
24
24
7 / 8
3º  ANO
24
24
24
24
8 / 9
4º  ANO
24
24
24
24
9 / 10
5º  ANO
24
24
24
24
10/11
6º  ANO
24
24
24
24
11 12
7º  ANO
24
24
24
24
12/13
8º  ANO
24
24
24
24
13/14
9º  ANO
24
24
24
24
14/15
1º  ANO
24
24
24
24
Ensino
Médio
15/16
2º  ANO
24
24
24
24
16/17
3º  ANO
24
24
24
24
17/18
4º  ANO
24
24
24
24

TOTAL
348
349
312
312
1321 alunos

TABELA – Simulação para distribuição de alunos por turma no internato proposto.

Neste cenário serão 60 turmas conforme tabela acima, considerando todas as fases de ensino.
Na proposta desta escola é possível adotar uma sala para cada disciplina a fim de proporcionar o ambiente próprio voltado àquela disciplina com recursos visuais e tecnológicos instalados e adequados facilitando a didática e o trabalho do professor.
A oferta de internato será dada para alunos matriculados a partir do 7º ano do ensino fundamental ou ano posterior, com idade mínima de 12 anos completos (células verdes da tabela 08).

4.4.2. Construção
Usando na fundação radier e pontos de ancoragem com sapatas, toda a estrutura será montada nas paredes estruturais das salas no prédio escolar. A estrutura estética na cor vermelho da figura abaixo é metálica, revestida com argamassa de agregado leve à base de vermiculita aplicado por spray ou com o uso de espátulas e fechada com placas cimentícias leves para dar a aparência robusta nas colunas que serão usadas para captar água e conduzir dutos e tubos da casa de máquinas ao prédio escolar.


FIGURA – Detalhe construtivo das colunas externas do prédio escolar.

4.4.2.1. Estrutura do prédio escolar
Sistema construtivo usando painéis estruturais de PVC preenchidos com concreto: este sistema foi desenvolvido para a construção de obras de arquitetura e engenharia, sendo adequado a diversas tipologias de projeto. É composto por diferentes perfis modulares vazados de PVC, acoplados entre si por meio de encaixes "fêmea e fêmea" unidos por perfis "chaveta", e posteriormente preenchidos com concreto, produzindo paredes e divisórias resistentes para construção de edificações. A tecnologia é indicada para a produção de paredes estruturais, térreas ou assobradadas. Dispensa o uso de equipamentos pesados, como guindaste, e ferramentas especiais. Atendem às condições de conforto térmico e acústico e segurança contra o fogo, são resistentes à ação de fungos, à maioria dos agentes químicos e às intempéries, reduzindo a necessidade de manutenção das paredes. Permitem ampliações e também a aplicação de revestimentos diversos, tais como cerâmica, texturas, reboco, massa corrida ou pintura. O sistema atende aos requisitos da norma NBR 15.575:2013 - Edificações Habitacionais - Desempenho e às exigências dos principais programas habitacionais brasileiros. (Revista TECHNE, 2013)



FIGURA – Detalhe construtivo das paredes do prédio escolar.
Fonte da figura: Site da PINI Web, http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/199.

 4.4.3. Conforto termo acústico

As salas de aula do prédio principal foram dimensionadas para promover conforto acústico aos alunos e ao professor. O foco deste objetivo é voltado ao professor para evitar esforço ao falar durante muito tempo.

Uma vez estabelecidas as dimensões e proporções corretas para as salas, se considerou criar ligeiras inclinações nas paredes, tendo por base que as paredes divergentes direcionam as reflexões para o fundo da sala. Então foram propostos ângulos de inclinação de 10o e de 27o nas paredes laterais e teto (MARLENNE, 2006), ficando a forma da sala como apresentado nas figuras abaixo.




O conforto térmico se dará pela ventilação cruzada possível em todas as salas, ausência de luz solar direta sobre as janelas das salas, refrigeração artificial do ambiente com instalação de K7s nos tetos e, por fim, um sistema de ventilação forçada a partir da casa de máquinas (ver Casa de Máquinas).
O controle opcional da ventilação cruzada, em caso de ventos muito fortes ou tempestades, pode ser feito através de janelas guilhotinas instaladas entre as colunas externas protegendo os corredores em torno das salas oferecendo também como objetivo secundário uma proteção extra contra invasores no prédio escolar.

  4.5. Prédios auxiliares
Estes prédios foram concebidos com foco na função, cuidando para que não ofusquem a principal visão do prédio escolar. Por isto suas formas são singelas e particularmente camufladas pela cobertura que tem seu objetivo definido.
Usando na fundação radier e pontos de ancoragem com sapatas, toda a estrutura será montada nas paredes estruturais destes prédios. A estrutura estética na cobertura que os circundam é de estrutura metálica com perfis de aço em ASTM A36 pintado com tinta a base de epóxi, revestido com placas cimentícias de 8 mm para dar a aparência robusta no balanço que tem o único objetivo de proporcionar sombra às paredes externas da biblioteca e abrigar sob suas placas os condensadores dos equipamentos de refrigeração.


FIGURA – Cobertura em balanço no prédio administrativo.

A cobertura destes prédios é em laje protendida pré-fabricada e abrigará em toda a sua extensão, placas foto voltaicas para captação de luz solar e conversão em energia elétrica que será armazenada em bancos de baterias que fornecerão energia para iluminar o complexo durante a noite.
Os painéis fotovoltaicos devem ser instalados em um local ensolarado e sem sombras, orientados para a direção norte, com inclinação de acordo com a tabela ao lado. A fixação dos módulos fotovoltaicos deve ser feita em suportes ou perfis resistentes à corrosão, ao sol, a ventos fortes e tempestades. Os módulos tem durabilidade aproximada de 20 anos desde que manutenidos adequadamente.

4.5.1. Biblioteca
Com área útil de 680 m2 em forma de L, à esquerda do prédio escolar, está equipada com recepção para cadastro e atendimento de alunos, professores e público externo para empréstimo de livros ou qualquer outro material impresso do acervo, com serviços de mecanografia, impressão e plotagem para os que são cadastrados; Centro de manutenção e restauração de livros na sala do curador da biblioteca; Banheiros acessíveis; Centro de pesquisas com 28 terminais de acesso à internet; Estantes modulares para guarda de livros, materiais impressos e mídias digitais; 16 Mesas com 4 lugares cada dispostas no prédio; Portas de fuga com barras anti-pânico em todas as paredes.
FIGURA – Planta baixa da biblioteca.

4.5.2. Praça de Alimentação
Com restaurante para 80 lugares e lanchonete (cantina) com 60 lugares, são ao todo 140 lugares sentados, podendo atender até 280 pessoas por hora, considerando 30 minutos sentados para cada pessoa, contando com os 265 m2 do restaurante e 255 m2 da cantina, disponíveis para refeições.
O restaurante e a lanchonete contam com setores de apoio compostos por recepção, banheiros acessíveis, rampa para self-service, cozinha industrial, higienização de utensílios públicos, paiol seco (despensa), área de triagem, depósito de bebidas, sala de refrigeração de bebidas, banheiros de funcionários, compartimentos para lixo orgânico e lixo inorgânico separados, compartimento para garrafa de gás butano, compartimento para quadro de luz, área de carga e descarga e área para estacionamento do utilitário do restaurante.
A lanchonete, além de contar com o apoio dos setores do restaurante, tem seu próprio balcão de atendimento com uma pequena cozinha dotada de refrigeradores, fogão, micro-ondas e outros utensílios elétricos para atender a demanda local, voltada principalmente ao preparo de alimentos saudáveis e sucos naturais. Não é uma área fechada como a praça de alimentação do restaurante que pode ser refrigerada artificialmente.


FIGURA – Planta baixa do restaurante e lanchonete.

4.5.3. Recepção e Administração
Voltados principalmente para atendimento ao público, conta com setores de atendimento com recepção e matrículas. Concentram-se neste prédio a secretaria da escola, tesouraria, sala de TV, copa, banheiros, sala de arquivos físicos e digitais, sala de reuniões, sala de espera com banheiro misto, sala do diretor e varandas em torno proporcionando sombras e conforto térmico.
FIGURA – Planta baixa do prédio administrativo.

A sala de TV (5) poderá ocasionalmente ser usada como uma pequena sala de reuniões para atender pais quando for necessário um local mais reservado, por pouco tempo. Outrossim, a sala do diretor será o local para as reuniões mais longas e privadas quando assim for o caso.

4.5.4. Creche com Ensino Infantil
Voltada preferencialmente aos filhos de professores que no internato trabalham, poderá também, para completar o quadro de alunos, aceitar crianças indicadas por tutores que já contratam o internato para outros filhos ou dependentes.
Conta com dois berçários servidos por uma sala de lactação e uma sala de higienização totalizando 74m2, um depósito de material e brinquedos, duas salas para o Pré-I com 30m2 cada, duas salas para o Pré-II com 30m2 cada, duas salas para o Pré-III com 30m2 cada, sala de atividades lúdicas com 38m2 totalmente envidraçada e com vista para o parquinho ou playground de 135m2 com brinquedos em piso de grama artificial, sala central com recepção e administração, cozinha com refeitório para até 40 crianças, setor de serviços com lavanderia, despensa e banheiro de funcionários.
O prédio tem suas extremidades dotadas de portas de fuga e as entradas ou saídas principais são na recepção e tangentes ao parquinho descoberto.
FIGURA – Planta baixa da creche com ensino infantil.

4.6. Capela
Aproximadamente no centro do terreno, cercada por um pequeno lago artificial está implantada a pequena capela de 145m2 voltada principalmente aos alunos e professores que exerçam sua fé através deste símbolo icônico. Desprovida de formas religiosas pragmáticas, o único símbolo presente é voltado ao Cristianismo: a grande cruz branca no fundo da capela.

FIGURA – Vista em perspectiva da Capela do internato.

4.7. Dormitórios masculino e feminino para internos
Os dormitórios são capazes de acomodar até 184 crianças: 92 vagas para meninas em 2 prédios e 92 vagas para meninos distribuídos em outros 2 prédios, ambos separados por cercas e vigia monitorada.
Cada prédio definido em uma forma circular compreende em seu centro o banheiro coletivo com capacidade para atender todos os residentes do prédio sem congestionamento. Na geratriz estão 11 quartos para 4 crianças cada e 1 quarto adaptado para cadeirantes, portanto, serão 2 residentes apenas neste quarto totalizando 46 vagas. Uma das vagas será destinada ao responsável pela disciplina do prédio. Cada quarto tem sua própria copa, externa ao quarto e sem portas por questões de segurança. Nesta copa cabe geladeira, micro-ondas, pia e tanque de lavar roupas. Não há instalações para fogão a gás. Os armários desta copa podem ser fechados com chaves para cada residente.
A ventilação é cruzada nestes prédios através dos bicicletários entre os quartos (cabem até 4 bicicletas na vertical em cada vaga), espaço gradeado nos canteiros, permitindo renovação constante do ar dentro do prédio e no banheiro coletivo que tem janelas intercaladas na altura, próximas ao teto.
A iluminação interna é promovida por claraboias instaladas na laje, entre cada copa e o banheiro coletivo, mantendo, durante o dia, o corredor sempre iluminado dispensando o uso de iluminação artificial.
Os dois prédios masculinos estão contidos em um lote do complexo, cercados por cerca metálica e cerca viva e suas entradas e saídas passam obrigatoriamente pelas residências dos funcionários que durante os horários de recolhimento, estas passagens devem ser vigiadas e autorizadas por estes funcionários. O mesmo vale para os prédios femininos.
Faz parte dos lotes masculino e feminino, dentro do cercado: gramado em torno dos prédios, arborização, equipamentos de ginástica ao ar livre, jardinagem, quadra poliesportiva, playground, gazebos e praça. Contam com wireless para acesso a internet em horários definidos e sinal de TV por satélite. Todos os lotes são monitorados por circuito interno de TV em sua área externa.







FIGURA – Vista em perspectiva do residencial dos internos.


FIGURA – Planta baixa da implantação com layout dos prédios residenciais.

4.8. Residências para funcionários
Considerando que o internato exige a presença constante de funcionários para manutenção das instalações, manutenção da disciplina e da segurança dos internos, da aplicação de atividades extracurriculares ou lúdicas e gerência do complexo, há residências unifamiliares instaladas com 90m2 cada, totalmente acessíveis e independentes podendo ser instaladas em várias partes do complexo considerando a área em torno do centro poli esportivo além das previstas no projeto.
O sistema construtivo destas residências prevê o mesmo usado no prédio escolar, ou seja, painéis estruturais de PVC preenchidos com concreto, radier em suas fundações e laje somente sobre o banheiro e corredor para instalação da caixa d’água, antena e placas solares para aquecimento de água e captação de energia fotovoltaica.


4.9. Teatro com salão de festas e área multifuncional
Predominantemente construído com estrutura metálica e alvenaria tradicional, abriga um cineteatro, salão de festas multiuso e área multifuncional para atividades lúdicas.

4.9.1. Cineteatro
Platéia com 500 cadeiras em degraus permitindo visão ampla do palco sem interferências, acesso a cadeirantes no primeiro nível e no nível intermediário da plateia, palco em madeira com 1 metro de altura com profundidade flexível proporcionada por paredes móveis, bastidores com quatro camarins, banheiros para os bastidores e para platéia, depósitos de cenário ao lado do palco, área para concentração, sala para equipamentos de ventilação e ar condicionado, sala para equipamentos de combate a incêndios contendo bomba centrífuga motorizada com motor a explosão e um moto-gerador de emergência, saídas de emergência em três níveis e sala de projeção.

FIGURA – Planta baixa dos bastidores do teatro com palco e primeira fila da plateia.

Sob a plateia, integrado ao prédio do teatro, é a principal entrada de espectadores no térreo servindo como saguão principal durante apresentações teatrais ou sessões de cinema, devendo ser isolado da plateia através de portas no corredor de comunicação quando houverem eventos programados no salão de festas de 950m2, dotado de palco para bandas, apresentações ou bancas, banheiros, cozinha para atender eventos e cocktails além de varandas em torno do prédio. O aquário no salão, sob a plateia, manterá a umidade relativa interna e é interligado ao aquário externo através de tubos com o objetivo de manter insolação na água. Este aquário pode ser usado de forma didática para criadouro de peixes ornamentais ou não.
Além de servir ao internato para diversos eventos, é uma fonte de renda para a instituição através de convênio com outras instituições de ensino ou empresas patrocinadoras cabendo ao internato a administração dos fluxos.

4.9.2. Salão multifuncional
Com 620m2 e 6,3m de pé direito, sobre o salão de festas, pode ser uma extensão do próprio salão de festas através das rampas e escadas permitindo acesso ao nível intermediário da plateia acessível e acesso ao nível superior da plateia com banheiros e cabine de projeção atavés das escadas no centro. As laterais são cobertas nas rampas e na escada. A frente deste salão é aberta e protegida por guarda corpo inoxidável, permitindo ventilação natural e pouca insolação visto que é voltada para o leste.
Para o internato, o espaço será usado para atividades esportivas lúdicas como pingue-pongue, dança, artes marciais e até feiras cobertas para exposições de trabalhos, podendo ser no salão multifuncional ou no salão de festas. Caberá à administração colegiada decidir a utilização coordenada destes espaços.

4.10. Centro esportivo com quadras, piscina e pista olímpica
Por se tratar de um centro esportivo com administração centralizada, deverá estar aberto ao público como fonte de renda para o internato, oferecendo os espaços e equipamentos às escolas e empresas cadastradas assim como pais de alunos e seus familiares. Esta movimentação pública deve ser administrada pelo cadastro prévio e autorizada a partir da guarita na entrada principal.

4.10.1. Pista olímpica e campo de futebol gramado
A pista olímpica está dimensionada de acordo com a Confederação Brasileira de Atletismo, compreendendo em seu centro um campo de futebol gramado e pistas de salto em distância. Outros equipamentos de atletismo podem ser instalados no futuro.

4.10.2. Quadras poliesportivas
O centro esportivo conta com duas quadras poliesportivas oficiais: uma coberta e uma descoberta. Além delas e também monitorada pela administração do centro esportivo, há uma quadra poliesportiva descoberta no alojamento masculino e uma quadra poliesportiva no alojamento feminino. Há também duas quadras de tênis próximas às arquibancadas.


FIGURA – Planta de localização das quadras poliesportivas e de tenis.

4.10.3. Arquibancadas
Entre a pista olímpica com campo de futebol e a quadra poliesportiva e piscina, a arquibancada pode acomodar ao todo, no máximo 2.400 espectadores, sendo 1400 no lado da pista olímpica e 1000 no lado da piscina com quadra coberta.
Entre as arquibancadas, que se comunicam pelo térreo ou por pontes, há uma rua dividindo-as com acesso às salas de apoio e utilidades sob a estrutura das arquibancadas:
·         Banheiros coletivos, feminino e masculino;
·         Banheiros acessíveis independentes;
·         Rouparia com lavabo;
·         Lavanderia com lavabo;
·         Consultório odontológico com sala de espera e lavabo;
·         Consultório médico ou nutricionista com sala de espera e lavabo;
·         Sala de coordenação pedagógica de educação física e do gerente do centro esportivo, com lavabos;
·         Sala dos professores de educação física com lavabos;
·         Depósitos de material esportivo;
·         Oficina de manutenção com lavabo;
·         Ferramentaria e depósito de sobressalentes;
·         Grêmio estudantil;
·         Mini comércio de produtos básicos para higiene pessoal, medicamentos recomendados pelo médico e dentista que prestam plantão e outros produtos aprovados por nutricionista e pela administração do internato;
·         Vagas privativas de automóveis para o médico, dentista, gerente do centro esportivo, coordenador pedagógico e duas vagas para manutenção.

4.10.4. Piscina olímpica e quadra poliesportiva
Tangente a arquibancada menor e totalmente coberta, a quadra poliesportiva é cercada com tela de arame metálico revestido com PVC, assim como todas as quadras poliesportivas.
A piscina olímpica, de 50 m x 25 m, tem 1,3 m de profundidade por questões de segurança e parcialmente coberta para proporcionar insolação na água. O acesso ao interior da piscina pode ser por escadas ou por rampas instaladas nas duas extremidades.

FIGURA – Perspectiva da cobertura da piscina olímpica.

4.11. Casa de máquinas
Localizado no centro do complexo, abriga duas bombas de combate a incêndios com motores autônomos a explosão, tratamento da água da piscina, duas bombas de distribuição de água potável para as quatro caixas d’água de 60.000 litros, duas bombas para distribuição de água de reuso para as duas caixas d’água de 30.000 litros em uma pequena oficina de manutenção com ferramentas e peças sobressalentes para estes equipamentos.
FIGURA – Planta simplificada de localização dos equipamentos hidráulicos.

Anexo à casa de máquinas, no subsolo, funciona uma estação de tratamento de águas cinzas para reaproveitamento em irrigação de jardins e descarga de sanitários.

4.11.1. Valores médios adotados para estimar consumo de água
Cálculo da população: (CREDER, 2006)
Alunos Residentes: 180 x 200 litros/dia = 36.000 litros / dia
Funcionários residentes (considerando 3 pessoas por casa x 12 casas): 36 x 200 litros = 7.200 litros / dia
Alunos não residentes: 1.300 x 100 litros = 130.000 litros / dia
Funcionários não residentes: 200 x 100 litros/dia = 20.000 litros / dia
Restaurante: 5.000 litros / dia
Teatro: 3.000 litros / dia
Centro esportivo: 10.000 litros / dia

4.11.2. Armazenamento de água
Quatro Caixas d’água potável com 60.000 litros cada = 240.000 litros
Duas Caixas d’água de reuso com 30.000 litros cada = 60.000 litros
Uma caixa d’água potável de 1.000 litros em cada residência staff = 12.000 litros
Uma caixa d’água de 500 litros de reuso em cada residência staff = 6.000 litros
Duas caixas d’água potável de 1.000 litros no teatro = 2.000 litros
Uma caixa d’água de reuso de 1.000 litros no teatro = 1.000 litros
Uma piscina com 1.625 m3 = 1.625.000 litros

  
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho apresentado nesta monografia identifica uma preocupação com o bem estar das crianças e adolescentes em função do perfil que se configura aos novos pais ou às novas famílias onde ambos, pai e mãe, trabalham e carecem de recursos adequados, públicos ou privados, para garantir a educação adequada com disciplina e boas referências.
Culturalmente, no Brasil, não há uma tradição positiva com relação aos internatos, entretanto, pensando nos recursos tecnológicos e materiais disponíveis atualmente, assim como legislação adequada que protege os direitos da infância e juventude, a proposta de internatos para estas famílias que por vezes furtam-se o direito da prole em função da falta de opções, é viável. A renovação cultural com relação aos internatos ou semi-internatos oferece a estes pais a chance de ter filhos sabendo que serão cuidados com a devida atenção e disciplina.
Cuidados com o partido arquitetônico devem ser exaustivamente considerados para cativar esta faixa etária que anseia por informação, conhecimento e novidade inspirando até a curiosidade. Usar a edificação como referência geométrica para ensinar ou versar aritmeticamente, não devem ser desconsideradas.
Espera-se que este trabalho venha desta forma subsidiar, principalmente, uma mudança cultural e quebra de paradigmas com relação ao internato.

6. IMAGENS



 






7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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7 comentários:

  1. Excelente proposta do autor. Seria bastante interessante o governo, que finalmente resolveu começar a aplicar 10% do PIB na Educação Pública, implantar internatos públicos para estudantes.

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  2. É interessante observar o ganho em eficiência e qualidade de ensino, num internato. Como pode ser observado por esta notícia (http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/melhor-colegio-gratuito-do-rio-no-enem-2012-escola-sesc-vira-referencia-em-apenas-5-anos-11044480), o Internato do SESC no RJ tem "apenas" 8 anos de existência e já se configura entre os primeiros colocados no ENEM. Se o governo criasse internatos públicos iguais a esse, por meio de PPP, em todo o território nacional, nossos estudantes teriam um incentivo maior para estudarem e os professores também seriam igualmente valorizados.

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  3. kkkkkkk Plágio descarado da proposta da ESEM (Escola SESC Ensino Médio) na Barra da Tijuca no Rio.

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    1. Favor fundamentar sua acusação de plágio "descarado". E quando apresentar, demonstre respeito.
      Deixo claro que durante o meu trabalho de TCC desconhecia a proposta da ESEM (se é esse o nome mesmo).

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  4. Sem comentarios. Isto é um optimo projecto e que de certeza podera criar gente de futuro.

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  5. fantastico, uma duvida quanto ficaria para construir e manter?
    parabéns.

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