Um desafio cultural
Por Armando Rocha
RESUMO
Uma instituição de ensino
deve ser adequada às mudanças sociais e temporais envolvendo as necessidades exigidas
com estas mudanças. Em função do estilo de vida das famílias nos últimos anos,
os internatos podem exercer um papel muito importante na educação dos filhos
destas novas famílias onde os pais trabalham e nem sempre tem com quem contar
para complementar a educação além do horário letivo nos dias úteis. Esta
monografia defende o internato como solução, adequado às necessidades atuais se
apresentando amigável e convidativo através de um projeto arquitetônico que
desfaça os paradigmas que existem em torno dos colégios internos ou internatos.
Esta monografia postada é
uma versão reduzida da original.
1.
INTRODUÇÃO
A escola é por um bom tempo o segundo
lar e a segunda família. Nada mais natural então, que na escola moderna, os
pais tenham contato estreito e sincero com professores, já que desta união quem
ganha certamente é a criança que será motivada com maior conhecimento de causa
tanto em casa como no ambiente escolar (SOUZA, 1986). A escola não substituirá
jamais os pais no que lhes competem, mas auxilia sem restrições os futuros
adultos às múltiplas visões acerca do universo que vivem. Baseado neste fato, diferente de
antigamente, hoje em dia os Colégios
Internos não são vistos
como punição para muitos adolescentes. É verdade que as leis são severas e a
educação é à base de uma boa convivência, mas nada que se compare com tempos
atrás (Revista ACB, 2006).
Por outro lado encontrar colégio interno no país
tornou-se tarefa difícil para muitas famílias, mas ainda assim existe e oferece
educação de qualidade com bastante rigidez, levando em conta os dias atuais.
Hoje é possível encontrar colégios internos
para ambos os sexos, porém é terminantemente proibido o contato físico. As
regras são bastante rígidas e a alimentação geralmente é muito balanceada. A
maioria desses colégios internos é particular,
embora não sejam banhados de luxo. A religião, na maioria dos colégios internos
do Brasil, é chave para o desenvolvimento dos internos e consequentemente o
comportamento e responsabilidade. Todavia, hoje para um interno ser expulso é
necessário ter muitas advertências e, além disso, os internos podem sair do
colégio com a autorização dos pais, sem contar que muitos têm acesso livre a
internet e telefone (Wikipedia, 2013).
De acordo com notícia veiculada em 21 de setembro de 2012 através da rede
Band News de notícia, cresce procura por internatos no Brasil.
“Curitiba, PR...[ASN] Para quem pensa que estudar em
internato é coisa de filme ou que eles foram extintos no Brasil, engana-se.
Apenas a rede adventista conta com 18 unidades em todo o País e nos próximos
anos mais quatro serão abertas nos estados de São Paulo, Pernambuco, Mato
Grosso e Pará. Nos internatos adventistas, todas as vagas estão preenchidas e
há fila de espera. A procura por instituições educacionais em regime de
internato vem crescendo no País. Com uma proposta bem diferente dos antigos
"reformatórios", pais e alunos são atraídos cada vez mais por este
sistema de ensino (BANDNEWS, 2012).”
O estilo de vida moderno
onde os pais trabalham, por vezes os obriga a deixar seus filhos sob os
cuidados de avós, babás, empregadas domésticas ou outras pessoas que porventura podem não ter a competência correta para
continuar o desejo dos pais no que tange à educação moral axiológica e acompanhamento
escolar após o horário letivo formal normalmente oferecido. Assim como as
creches fazem o trabalho de cuidar das crianças na fase infantil, os colégios internos
podem fazer um trabalho similar com boa qualidade na fase juvenil e
adolescente, oferecendo ensino de qualidade aliado a práticas esportivas
regulares entre outras rotinas saudáveis com atividades lúdicas à escolha dos
residentes. Como também, bem visto pela maioria das famílias, mantem as
crianças longe da insegurança urbana onde estão sujeitas ao assédio da
ilicitude. Somado a isto, o internato exime os pais da tarefa de levar e trazer
o filho ou filha através do transito a outras atividades extra-curriculares
expondo-se ao caos urbano.
“Para muitos pais, cada dia se
torna mais difícil conciliar trabalho e educação dos filhos. Muitos se sentem frustrados, culpados e
impotentes devido à falta de tempo para estarem junto dos filhos, por se verem
forçados a entregar sua educação aos cuidados de terceiros, por não poderem
participar dela e acompanhá-los mais de perto em suas atividades etc. Todos nós
sabemos que os pais constituem a base na estruturação da personalidade de seus
filhos. O que não se pode admitir é que essa base tenha que ficar mais
distanciada deles, em conseqüência de um trabalho ou emprego.(EDUFAM, 2008)”
Um estudo realizado com dois
grupos distintos de 30 alunos internos sobre a opinião de estudantes sobre o
afastamento e as relações familiares após o ingresso em um colégio interno,
mostra que a decisão pelo internato, em dois casos (um em cada grupo) foi dos pais, em 10 foi dos adolescentes e em 18 casos
foi conjunta (61,1% no grupo I e 38,9% no grupo II). 50% dos alunos avaliam sua
relação com a família como muito boa e acham que a vinda para o internato a
tornou melhor, o que vale inclusive para os alunos que haviam referidos
aspectos negativos. A experiência no regime de internato foi avaliada
positivamente, apesar do afastamento familiar, da convivência com pessoas
diferentes e da existência de normas e regras, por permitir desenvolvimento
pessoal e amadurecimento como indivíduo. Conclui-se que a opção pelo internato
envolveu principalmente a possibilidade da vivência de uma nova experiência,
associada à oferta de melhores estudos, e que o internato é percebido pelos
alunos como uma alternativa para o crescimento individual do aluno (BASES, BIREME, 2006 - Goes, Aceti; Fonseca, Lessa; Governo,
Pereira; Borges, Coppo; Waidman, Pagliarini; Marcon, Silva - Base de dados:
LILACS; Pesquisa: 489905).
1.1. Objetivo
O internato proposto neste trabalho deve ser próximo ou dentro do centro
urbano para atender às famílias onde os pais trabalham e não tem com quem
deixar seus filhos durante o dia. Haverá residência para os alunos a partir do
7º ano do ensino fundamental (12 anos de idade ou mais) com oferta de 92 vagas
do sexo feminino e 92 vagas para o sexo masculino (184 vagas) onde passarão a
semana letiva residindo no internato, com exceção de feriados e finais de
semana, salvo casos específicos e legais.
Serão priorizados no projeto e desenvolvimento do internato: conforto
térmico, acessibilidade, sustentabilidade e estética. Deve ser visto como um
espaço de prazer, pertencimento e suporte a convivências, em particular aquelas
que ficam na memória. Caberá a escola as instalações para atividades lúdicas
para evitar que os pais tenham que levar seus filhos a outros lugares para
praticar esportes, música, dança ou outras atividades de seu interesse.
Será dimensionado para 1500 alunos aproximadamente, entre ensino
infantil, ensino fundamental e ensino médio, dentre estes, 184 vagas serão
oferecidas para residentes internos, com idades entre 12 e 18 anos de idade.
1.2. Resumo dos capítulos
Capítulo 2, Revisão da
Literatura: Pesquisa o início da utilização de internatos como meio de educar e
sua evolução ao longo dos séculos desde o século XIV, enumerando também os
internatos no mundo.
Capítulo 3,
Metodologia: Descreve as ferramentas usadas para executar o trabalho de
pesquisa e o desenvolvimento do projeto, objeto desta monografia.
Capítulo 4, Projeto:
Descrição do projeto do internato proposto, indicando as facilidades e
funcionalidades de cada setor.
Capítulo 5, Conclusão: Considerações do autor a cerca da viabilidade de implantação de internatos nos dias atuais.
Capítulo 6, Imagens: algumas imagens em 3D do projeto.
Capítulo 5, Conclusão: Considerações do autor a cerca da viabilidade de implantação de internatos nos dias atuais.
Capítulo 6, Imagens: algumas imagens em 3D do projeto.
Capítulo 7, Referências
bibliográficas: Relação das fontes de pesquisa para a elaboração deste
trabalho.
2. REVISÃO DA
LITERATURA
2.1.
Referencial Histórico e surgimento dos Internatos
Os
internatos foram criados por Joseph Anthony Clintsberg, na Inglaterra, no
século XIV, para conter a crise de filhos considerados desobedientes e
alterados na época. Antes disso, a prática do envio de crianças para outras famílias ou para as escolas para que eles pudessem aprender juntos, data de muito tempo, registrado em literatura clássica
e nos registros do Reino Unido
que remontam mais de mil anos. Na Europa, uma prática desenvolvida pelos primeiros tempos medievais
de envio de meninos para ser
ensinado por clérigos letrados,
tanto nos mosteiros ou como em grandes
domicílios próprios.
A escola do Rei, Canterbury,
muitas vezes considerada o mais antigo internato
do mundo, conta o desenvolvimento da escola no mosteiro em torno de 597
dC como a data de fundação da escola. O autor da Crônica
Croyland, lembra ser
testado em sua gramática por
Edward, nos claustros da abadia, como um estudante de Westminster, em torno de 1050 d.c. Escolas
monásticas como tal eram
geralmente associadas com os
mosteiros no reinado de Henrique
VIII. Apesar de Westminster ter sido preservada, a maioria das escolas
foram substituídas. Winchester College foi fundada pelo bispo William de Wykeham em 1382
e afirmam ser a mais antiga escola em funcionamento contínuo (WIKIPEDIA, 2013).
2.2. Internatos
no mundo
Africa:
142 internatos;
Ásia:
141 internatos;
Oriente
Médio: 6 internatos;
Oceania:
209 internatos;
Europa:
228 internatos;
América
do Norte: 343 internatos;
América
Central: 10 internatos;
América
do Sul (exceto Brasil): 51 internatos;
Brasil:
16 internatos adventistas e 11 internatos ligados a outras religiões ou
militares.
A quantidade de internatos
informados acima é um valor aproximado considerando apenas o resultado da
pesquisa realizado entre 23/04/2013 e 04/05/2013 nos sites relacionados na tabela
abaixo:
1
|
http://www.argentino.com.ar/egb-3-y-polimodal-escuela-intercultural
|
2
|
http://www.planetacolombia.com/internado
|
3
|
http://www.colegiocume.com/
|
4
|
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_boarding_schools
|
5
|
http://pt.wikipedia.org/wiki/Internato
|
6
|
http://www.educacaoadventista.org.br/internatos/
|
7
|
http://www.guialocal.com
|
8
|
http://www.planetacolombia.com/internado
|
9
|
http://www.topcolegios.com/colegios-internos.html
|
A pesquisa, sobre o número
de escolas ou colégios com internatos no mundo, é incompleta face as
dificuldades encontradas para buscar informações precisas e disponíveis em
vários sites visitados na internet através de pesquisa no google.com e sites “.edu”
nos países latinos. Não foram encontradas publicações tratando especificamente
do assunto, pesquisando nos sites das principais livrarias online do Brasil
como Saraiva, Cia dos Livros, Livraria Cultura, Estante Virtual, Siciliano,
Fnac, Nobel, entre outras.
2.2.1. Os Principais
Colégios Internos no Mundo
Os principais internatos
do mundo são os mais procurados com maiores filas de espera. Por vezes são os
mais conceituados em garantir vagas nas principais universidades.
Este levantamento foi
feito pelo jornalista Sampson Quain e
traduzido por Jessica Pietro Pupo (EHOW, 2013).
2.2.1.1. Escola Westminster
A
escola Westminster, em Londres, Inglaterra, localizada próxima à abadia
Westminster, foi fundado em 1179 pelos monges beneditinos. A escola aceita
meninos de 13 anos e garotas de 16, e possui 750 vagas, sendo que 1/4 são vagas
destinadas para alunos internos. Nos últimos cinco anos, metade das salas que
se formaram foram aceitas na Universidade de Oxford e Cambridge, e outros 45%
frequentaram universidades na Inglaterra ou nos Estados Unidos (Westminster,
2013).
2.2.1.2. Academia Squaw Valley
Abrigada
nas montanhas do lago Tahoe, Califórnia, a academia Squaw Valley é um colégio
interno preparatório, com vagas para 100 estudantes do sexo masculino e
feminino, da oitava a 12ª série. A universidade apresenta uma taxa de 100%
aceitação nas universidades, com estudantes de países como Áustria, Noruega,
Turquia, Indonésia e Brasil (SVA, 2013).
2.2.1.3. Academia Cheshire
A
academia Cheshire, em Connecticut, foi fundada em 1794 e possui vagas para 363
alunos, da sexta à 12ª série, de 15 países diferentes. A escola baseia sua
filosofia no desenvolvimento de princípios do caráter, como a cortesia,
tolerância e respeito pelo outro. Candidatos de outros países precisam possuir
o diploma TOEFL e um exame especial padronizado (Cheshireacademy, 2013).
2.2.1.4. Escola Woodstock
A
escola Woodstock, um internato de língua inglesa localizado nas montanhas do
Himalaia, na Índia, foi fundado em 1854, e infunde valores cristãos em seus
alunos do jardim de infância até a 12ª série. A Woodstock foi a primeira escola
na Ásia a receber credenciamento dos Estados Unidos e, nos últimos cinco anos,
95% dos estudantes que se formaram foram aceitos em escolas americanas como
Dartmouth, Cornell e Stanford (Woodstockschool, 2013).
2.2.1.5. JFK Internacional
O
colégio interno suíço JFK Internacional, localizado nos Alpes suíços, é um
internato de língua inglesa e uma escola diurna, com 70 estudantes, da quarta a
oitava série. Os trabalhos em projetos e habilidades de pesquisa são
enfatizados em matérias como literatura, gramática, matemática, estudos
sociais, drama e tecnologia da informação (JFK, 2013).
2.2.1.6. Academia Canadense
A
Academia Canadense, em Kobe, no Japão, fundada em 1990, é uma escola
internacional que possui credenciamento americano e que confere diplomas
internacionais de ensino médio e bacharelado. São 700 vagas disponíveis para 35
países, com ensino desde o jardim de infância até a 12ª série. As instalações
incluem dois teatros, dois ginásios completos, três centros de tecnologia, uma
biblioteca e um centro de media. Apenas alunos do ensino médio podem se
candidatar para o programa de internato (CANACAD, 2013).
2.1.1.7. Branksome Hall
O
Branksome Hall, em Toronto, Canadá, é uma escola diurna e internato para
garotas, que ensina estudantes desde o jardim de infância júnior até a 12ª
série, e oferece o diploma da escola secundária de Ontário. A escola possui 870
vagas e 97% dos estudantes que se formam são aceitos em uma universidade (BRANKSOME,
2013).
2.2.1.8. Academia Internacional EF (Education First)
A
Academia Internacional EF, em Tarrytown, Nova York, é um internato com campus
na Inglaterra e Vancouver, da nona à 12ª série. A escola apresenta vários
programas de estudo, incluindo um programa de diploma IB de dois anos, um
programa de ensino médio americano e um programa nível A de preparação para
estudantes que querem cursar faculdades no Reino Unido (EF, 2013).
2.2.1.9. Escola diocesana para garotas
Fundada
em 1903 como uma instituição dedicada à fé anglicana, a Escola Diocesana para
garotas, em Auckland, na Nova Zelândia, é uma escola diurna e internato, do
jardim de infância até a 12ª série, que confere um diploma IB e o Certificado
Nacional de Desempenho Escolar, o certificado de educação secundária
credenciado pela Nova Zelândia (DIOCESAN, 2013).
2.2.1.10. Escola Internacional
Bilíngue de Provença
Localizada
na França, a Escola Internacional Bilíngue de Provença (IBS) é uma escola
diurna e internato, com ensino desde a escola primária até a 12ª série. São 600
vagas, com 50% dos estudantes vindos de 40 países diferentes. A IBS possui
aulas ministradas em francês e inglês, e oferece um diploma IB e um diploma
francês (IBSOFPROVENCE, 2013).
2.2.1.11. Escola Delphian
A Escola Delphian é independente, funcionando
como externato e internato, localizado em Oregon na costa do Pacífico nos
Estados Unidos. Situada a 60 milhas de Portland, com 800 acres no Vale
Willamette (em torno de 4 horas ao sul de Seattle, Washington), oferece
educação fundamental e ensino médio. Oferecem também programas de verão e um programa
de imersão na língua inglesa pois é altamente considerada como um segundo
idioma. Os alunos internos são aceitos a partir de 8 anos de idade, e
estudantes no externato, a partir dos 5 anos de idade. Há aproximadamente 240
estudantes inscritos e 55 membros do corpo docente (DELPHIAN, 2013).
2.2.1.12. Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts
A Escola de Magia e Bruxaria
de Hogwarts, ou simplesmente Hogwarts, é um internato fictício de magia para
feiticeiros e feiticeiras com idades entre os onze e dezessete anos. É o palco
principal para os primeiros sete livros da série Harry Potter, de JK Rowling, cada livro equivalendo a um ano letivo. Hogwarts foi votada como a 36ª
melhor instituição de ensino escocesa em uma lista online de 2008, superando a
Loretto School, localizada em Edimburgo. Segundo um dos diretores da Listagem
da Rede de Escolas Independentes, a escola fictícia foi adicionada ao ranking
apenas como "uma brincadeira", e depois esteve disponível ao voto
(WIKI,2013).
CASTELO
DE HOGWARTS
Fonte
da Figura: http://hogsmeadeonline.blogspot.com.br
2.3.
A Iniciativa da Educação Adventista
Os adventistas
do sétimo dia começaram sua busca por uma educação integral e de qualidade, com
o propósito de oportunizar aos seus filhos o preparo acadêmico em conformidade
com os princípios cristãos. Em 1875, a Educação Adventista teve seu início com
a abertura do Battle Creek School, Michigan, que se destinava a atender os
níveis elementares e secundários do Ensino Básico. Desde que surgiu, a rede
ampliou sua atuação em todos os continentes, expandindo sua clientela a todos
aqueles que simpatizam com sua filosofia e seus métodos (Educação Adventista,
2013).
A Igreja
Adventista do Sétimo Dia, na América do Sul, possui mais de 850 instituições de
ensino com aproximadamente 230 mil alunos distribuídos em Ensino Fundamental,
Médio e Superior. Cerca de 140 mil no Brasil e 90 mil no Equador, Peru,
Bolívia, Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai. Um batalhão, cerca de 15 mil
professores é responsável pela formação desses indivíduos que muitas vezes são
atraídos pela bandeira da educação integral, que foca a pessoa no seu todo –
físico, mental e espiritual (Educação Adventista, 2013).
Essa história
é bem visível em São Paulo e nos Estados do Sul do Brasil, que juntos possuem o
maior contingente de alunos da Divisão Sul-Americana: mais de 70 mil alunos.
São escolas amplas, bem equipadas e o programa de estudos é formado com as
matérias do currículo oficial somadas a algumas bem peculiares, como Educação
para a Vida que, entre outras coisas, ensina a cuidar dos afazeres domésticos,
preparar uma refeição e estimula o empreendedorismo (Educação Adventista, 2013).
Foi na região
Sul do Brasil que a Educação Adventista fez história, com o primeiro colégio
particular fundado por uma família adventista em Curitiba, em 1896, e com a
escola paroquial de Gaspar Alto, Santa Catarina, fundada um ano depois.
2.4.
Educação no Brasil
Sabemos que a
educação está presente em nosso cotidiano. Entre tantas definições para
Educação, a preferida é dada pelo registro da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB) 9.394/96 no seu Título I, Artigo 1º. E seus parágrafos:
A educação abrange os
processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência
humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos
sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
Apesar da
definição, o parágrafo 1º deste mesmo artigo, explicita que a presente LDB
disciplina somente a educação escolar, ou seja, a educação formal (GARCIA &
IRINEU, 2012).
No Título IV
da LDB que trata da Organização da Educação Nacional, são regulamentados todos
os sistemas de ensino e suas organizações. O trabalho em questão está fundado e
dimensionado para uma instituição privada de ensino (GARCIA & IRINEU, 2012).
O Artigo 20 do
Título citado no parágrafo anterior, trata das instituições privadas e suas
categorias. Este trabalho está enquadrado na primeira categoria, Inciso I, que
abrange todas as instituições mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou
jurídicas que visam lucro, não caracterizando cooperativa, que não atendem a
orientação confessional e ideologia específicas ou filantrópicas (GARCIA &
IRINEU, 2012).
Dentre os,
aproximadamente, 193 mil estabelecimentos de ensino no Brasil, 27 são escolas
ou colégios que oferecem dependências para residência de seus alunos, ou
internatos (INEP, 2013). Estão matriculados 84,5% em escolas públicas e 15,5%
em escolas da rede privada (INEP, 2011).
2.4.1. Legislação
Educacional do Brasil:
As Diretrizes
Curriculares Nacionais (DCNs) são normas obrigatórias para a Educação Básica
que orientam o planejamento curricular das escolas e dos sistemas de ensino.
Elas são discutidas, concebidas e fixadas pelo Conselho Nacional de Educação
(CNE). Cada etapa e modalidade dela (Educação Infantil, Ensino Fundamental e
Ensino Médio) também apresentam diretrizes curriculares próprias. A mais
recente é a do Ensino Médio.
As diretrizes
buscam promover a equidade de aprendizagem, garantindo que conteúdos básicos
sejam ensinados para todos os alunos, sem deixar de levar em consideração os
diversos contextos nos quais eles estão inseridos.
O processo de
definição das diretrizes curriculares conta com a participação das mais
diversas esferas da sociedade. Dentre elas, o Conselho Nacional dos Secretários
Estaduais de Educação (Consed), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de
Educação (Undime), a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
(ANPEd), além de docentes, dirigentes municipais e estaduais de ensino,
pesquisadores e representantes de escolas privadas.
As diretrizes
curriculares visam preservar a questão da autonomia da escola e da proposta
pedagógica, incentivando as instituições a montar seu currículo, recortando,
dentro das áreas de conhecimento, os conteúdos que lhe convêm para a formação
daquelas competências explícitas nas DCNs.
Desse modo, as
escolas devem trabalhar os conteúdos básicos nos contextos que lhe parecerem
necessários, considerando o perfil dos alunos que atendem, a região em que
estão inseridas e outros aspectos locais relevantes.
Etapas da
Educação Básica: Parecer CNE/CEB nº 12/1997;
Quanto às
etapas correspondentes aos diferentes momentos constitutivos do desenvolvimento
educacional, a Educação Básica compreende:
I – a Educação Infantil, que compreende: a Creche, englobando as diferentes etapas do desenvolvimento da criança ate 3 (três) anos e 11 (onze) meses; e a Pre-Escola,
com duração de 2 (dois) anos.
II – o Ensino
Fundamental, obrigatório e gratuito, com duração de 9 (nove) anos, e organizado e tratado em duas fases: a dos 5 (cinco) anos iniciais e a dos 4 (quatro) anos
finais;
III – o Ensino Médio, com duração minima de 3 (três) anos.
2.4.1.1.
Modalidades Paralelas
A instituição
de ensino deve estar preparada para receber alunos com necessidades especiais
conforme Parecer CNE/CEB no 7/2010.
O ensino profissionalizante é uma modalidade
facultativa às escolas e pode ocorrer no ensino médio ou posterior a ele. Pode
acontecer junto com o ensino médio ou continuado a ele, cabe à instituição,
adaptar-se a sua escolha.
2.4.1.2. Limite de Alunos por Turma
O projeto arquitetônico de escolas deve
prever salas de aulas adequadas em tamanho, conforto e estrutura para o
professor e alunos passando pela limitação de alunos por sala considerando cada
etapa da educação. Na maioria dos casos depende do bom senso das escolas, mas,
o CNE aprovou o Parecer no 8,
de maio de 2010, considerando estas limitações.
Desde 2010, o Conselho
Nacional de Educação aprovou um parecer que, entre outras medidas consideradas
essenciais para um Ensino de qualidade, limita a quantidade de estudantes em
cada turma, que varia de acordo com a etapa educacional.
O projeto de lei do Senado
(PLS 504/2011) é de autoria do senador Humberto Costa (PT-PE) e altera a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação (LDB – Lei 9.394/1996) e foi aprovado em 16 de
outubro de 2012.
De acordo com a proposta,
as turmas de pré-escola e dos dois primeiros anos do ensino fundamental não
poderão exceder a 25 alunos. Já as classes das demais séries do ensino
fundamental e as do ensino médio, segundo determina o projeto, devem ter, no
máximo, 35 alunos (Senado, 2012).
2.5.
Oferta de Educação em Tempo Integral e Atendimento Complementar:
Conforme
dispõe o Fundeb, considera-se educação básica em tempo integral a jornada
escolar com duração igual ou superior a sete horas diárias, durante todo o
período letivo, compreendendo o tempo total que um mesmo aluno permanece na
escola ou em atividades escolares.
Atualmente,
mais de 1,7 milhão de alunos matriculados no ensino fundamental têm educação em
tempo integral, sendo que, dos matriculados na rede pública, 6,4% recebem
educação em tempo integral, contra 1,7% da rede privada de ensino.
Em 2011, na
rede pública de ensino, o atendimento complementar com o segundo maior número
de matrículas é Matemática, evidenciando a participação em aulas de reforço. Já
na rede privada, o destaque é o curso de Brincadeiras, Jogos não Estruturados,
Recreação/Lazer e Festas (FUNDEB, 2012).
2.6.
O Município de Campos dos Goytacazes no Estado do Rio de Janeiro:
De acordo com
o SINEPE (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Particular de Campos – RJ)
há 88 escolas particulares e nenhuma delas oferece o regime de internato
(SINEPE, 2012).
População
em idade escolar: 106.382 (2010) Fonte: IBGE
Campos dos Goytacazes é um município do estado
do Rio
de Janeiro, no Brasil, com 97 bairros, população de 472.300 habitantes e uma área total de 4.031.910 km². É o município com a maior
extensão territorial do estado, ocupando uma área pouco menor que a do Distrito
Federal (Wikipedia, 2013). Em Campos, se localizam importantes universidades públicas e privadas do estado do Rio de Janeiro (IBGE,
2012).
2.6.1. Economia
A cidade é um
importante centro comercial e financeiro que abrange o nordeste fluminense e o
sul capixaba. No centro da cidade, há um forte e diversificado comércio
popular.
2.6.2. Cultura
A cerâmica, o
couro, a palha e a madeira são os materiais de destaque em seu artesanato. Na
culinária, além da cachaça e da goiabada cascão, o suspiro e o chuvisco são
famosos. Havendo grande tradição cultural e política na região da chamada
baixada Campista. Vale destacar, também, a fundação da primeira sala de cinema
de Campos construída pelo senhor Alamir, conhecida como Cine São José, sendo o
prédio trazido da Europa pedra por pedra e reconstruído na cidade, e tendo como
primeira exibição o filme Marcelino Pão e Vinho (Wikipedia, 2013).
2.6.3. Educação
Referência na
área universitária por abrigar instituições como Universidade Estadual Norte
Fluminense (UENF), Instituto Federal Fluminense (IFF, antigo Cefet-Campos),
Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional (ICSDR),
Universidade Federal Fluminense (UFF), Faculdade de Medicina de Campos (FMC),
Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO), Estácio de Sá, Universidade Cândido Mendes, Instituto Superiores do CENSA (ISECENSA), Centro Universitário
Fluminense (Filosofia, Arquitetura, Letras, Pedagogia, História, Artes, Direito
e Odontologia), Faculdade Batista Fluminense, Escola Superior de Administração
e Negócios do Norte Fluminense (ESANNF), e por abrigar escolas de ensino médio
na área particular como o Colégio João XXIII, pH Sistema de Ensino, Anglo
Campos, CEFA Objetivo, Colégio Alpha, Centro Educacional Nossa Senhora
Auxiliadora, Colégio Eucarístico, Colégio Batista Fluminense, Colégio
Bittencourt (1914), Colégio Pró-Uni, Instituto Dom Bosco Salesiano, Escola
Adventista, Externato Campista e na área pública como o Liceu de Humanidades de
Campos, Escola Estadual Constantino Fernandes, Escola Estadual Thieres Cardoso,
Escola Estadual João Barcelos Martins, IFF Campus-Centro, Instituto Superior de
Educação Professor Aldo Muylaert (ISEPAM) e E.T.E. Agrícola Antônio Sarlo (Wikipedia, 2013).
2.6.4. Turismo
2.6.4.1. Atrativos naturais
Os campos dos
goytacazes se estendem até o oceano Atlântico, ponto inicial da
colonização. Possui praias com ondas fortes e desertas. São frequentadas mais
por surfistas. Em algumas praias, há colônias de pescadores (Wikipedia, 2013).
Como atrativos
naturais destacam-se: Região do Imbé; Região da Bela Joana; Região das Serras
(pico São Mateus, pedra Lisa [pico de 726 metros] e pedra do Baú); Praia
do Farol de São Tomé; Rio Preto; Lagoa de Cima; Lagoa Limpa; Rio de Donana
e Rio Paraíba do Sul.
2.7.
Infraestrutura nas Escolas
A
infraestrutura disponível nas escolas tem importância fundamental no processo
de aprendizagem. É recomendável que uma escola mantenha padrões de
infraestrutura necessários para oferecer ao aluno instrumentos que facilitem seu
aprendizado, melhorem seu rendimento e tornem o ambiente escolar um local
agradável, sendo, dessa forma, mais um estímulo para sua permanência na escola.
Observa-se
que, no ensino fundamental, o recurso mais disponível é o “laboratório de
informática”, sendo oferecido em 44% das escolas públicas, enquanto que na rede
privada o recurso em destaque é o “acesso à internet”, presente em 88% das
escolas. Essas escolas atendem 77% e 96% dos alunos, respectivamente. Nas
Tabelas 20 a 23, é possível verificar quantos alunos são atendidos para cada um
dos recursos apresentados. Fica fácil constatar que as escolas de ensino médio
têm melhor infraestrutura que as de ensino fundamental (INEP, 2012).
2.8. Arquitetura Escolar
Está
estabelecido na literatura internacional que um ambiente arquitetônico como o de
uma escola pode interferir na aprendizagem do aluno, o que prova que a
arquitetura escolar é um tema de elevada importância a ser considerado quando
um projetista é chamado a fazer o seu trabalho. Tarefa simples não é, ainda
mais quando este profissional tem que lidar com pouco espaço, pouco dinheiro e
pouco tempo. Neste caso, o conhecimento sobre a arquitetura escolar, nos seus aspectos
mais amplos de conforto, funcionalidade e beleza, apoia o projetista na busca
de um ambiente ideal para abrigar as atividades de ensino.
O Brasil tem
uma longa história de arquitetura escolar. Houve épocas em que ela foi quase um
monumento das cidades. Os prédios tinham um alto investimento do Estado e do
município, sendo em geral construídos na praça principal, junto à Prefeitura e
à igreja matriz. Eram representados por uma arquitetura eclética, destinando-se
mais à elite. “Com a democratização, o crescimento urbano e as políticas de
ensino para todos, houve períodos em que os Estados e municípios tiveram que se
apressar por construir escolas para oferecer vagas”, contextualiza Doris. Com
isso, criaram-se as escolas-padrões. Até agora a situação é esta. Os Estados
estão investindo em projetos mais racionais (GARDENAL, 2013).
No caso dos internatos do
Brasil, em sua maioria, adventistas, são construções ecléticas que lembram
hotel-fazenda. Em um deles, a igreja adventista na FAAMA (Faculdade Adventista
da Amazonia) foi projetada por Oscar Niemeyr. Entre as outras escolas, vários
arquitetos contribuíram de alguma forma, no projeto de novos blocos para estes
internatos ou na reformulação arquitetônica com o objetivo de adaptar a
construção existente a uma nova função, no caso, o internato (IAB, 2013).
Durante a pesquisa, investigando
a história de cada internato brasileiro, com exceção dos adventistas, nenhum
deles foi projetado exclusivamente para este fim. Os internatos existentes
foram adaptados a partir de grandes casarões com muitos quartos, tendo como
acréscimo alguns blocos auxiliares no terreno em torno destes casarões, quando
possível.
A localização dos
internatos adventistas está sempre distante dos centros urbanos, enquanto que
outros internatos, próximos ou dentro dos centros urbanos. Nestes internatos são
instalados alojamentos especiais para professores e funcionários que dispõem de
todas as facilidades e recursos para conviver com a escola e com os alunos
durante o horário letivo.
2.8. Esporte na escola
A Lei de Incentivo ao
Esporte – Lei 11.438/2006 – permite que empresas e pessoas físicas invistam
parte do que pagariam de Imposto de Renda em projetos esportivos aprovados pelo
Ministério do Esporte. As empresas podem investir até 1% desse valor e as
pessoas físicas, até 6%. Apesar da timidez da lei, é um começo.
No
esporte, existem campeões e existem heróis. Campeões vencem porque são bons no
que fazem e tiram proveito particular de suas vitórias.
Heróis
vencem quando menos se espera, superam seus próprios limites, e quando recebem
os louros dividem suas vitórias com uma nação inteira... (Augusto Branco –
poeta brasileiro)
O esporte nos Estados
Unidos é uma parte importante na cultura do país que tem uma cultura associada
ao esporte desde a escola até por questões de saúde pública, os esportes
recebem muitos incentivos fiscais do governo, também conseguem atrair uma gama
enorme de público e de patrocinadores.
O esporte universitário no
país é organizado em sua maioria pela National
Collegiate Athletic Association (Associação Atlética Escolar Nacional), uma
associação criada em 1906 com aproximadamente 1200 universidades inscritas, é a
NCAA que organiza os campeonatos nacionais das mais variadas modalidades entre
esportes individuais e em equipes.
Atualmente vários
campeonatos são exibidos na televisão, sendo os principais os de futebol
americano e basquetebol, apesar da grande quantidade de renda que esses
torneios geram, por lei os esportes universitários não podem ser profissionais,
ou seja, os jogadores não podem receber salários nem firmar contratos com os
clubes. (WIKI, 2013).
No Brasil não há esta
cultura de incentivo, além do tímido 1% abatido no IR segundo a lei. Cada
atleta que temos com reconhecimento internacional teve que trabalhar muito e
até investir seus próprios recursos para alcançar o status que tem. Este
internato propõe grandes investimentos na área esportiva com o objetivo de
quebrar este paradigma e fomentar a indústria esportiva a criar parcerias com o
internato para incentivar a prática de esportes entre os estudantes através de
bolsas vinculadas às notas de desempenho individual do aluno atleta. Portanto,
este centro esportivo não deve estar vedado às outras instituições de ensino,
proporcionando acesso aos talentos reconhecidos e indicados pelas instituições
públicas e privadas.
3.
METODOLOGIA
Todo o
trabalho foi desenvolvido a partir de pesquisas na internet, legislação
pertinente, revistas, entrevistas, livros, conversas informais, anotações
pessoais, experiência adquirida no cotidiano de profissionais ligados às escolas
particulares e bibliografia sugerida pelo coordenador do curso de Arquitetura e
Urbanismo.
Os sites
pesquisados são de escolas ou colégios internos, blogs de estudantes, sites
governamentais, sites com vídeos institucionais, mapas com localização e links
direcionados às instituições pesquisadas, sites de universidades e suas
monografias e entrevistas com depoimentos sobre o assunto.
Revistas e
livros especializados em educação também serviram como importante fonte de
dados para esta pesquisa e suas conclusões.
4. PROJETO
O complexo
escolar com Internato foi projetado para ser implantado em um terreno de
171.750 m2, situado à Avenida Artur Bernardes na cidade de Campos
dos Goytacazes, RJ.
O complexo
escolar com internato contém:
·
Estacionamento externo e interno;
·
Fluxo de entrada e saída vigiado com guarita;
·
Prédio escolar com 64 salas de aula e 16 salas de apoio;
·
Prédio auxiliar para biblioteca com acesso à internet para pesquisas;
·
Prédio auxiliar com administração e sala do diretor da escola;
·
Prédio auxiliar dedicado à creche com ensino infantil;
·
Prédio auxiliar com restaurante e lanchonete;
·
Capela;
·
Dormitório masculino para internos com 90 vagas;
·
Dormitório feminino para internas com 90 vagas;
·
Casas acessíveis para funcionários do complexo escolar;
·
Teatro com salão de festas e área multifuncional;
·
Centro esportivo com quadras, piscina e pista olímpica;
·
Casa de máquinas com equipamentos de distribuição de água
potável, ar de refrigeração e equipamentos de combate a incêndios.
4.1.
Área Escolhida e Localização
A área escolhida para a
implantação do internato está situada à Avenida Artur Bernardes, entre a Av.
Visconde do Rio Branco e a Av. Dr. Nilo Peçanha (Latitude: 21°46'20.00"S;
Longitude: 41°20'26.00"O), está situada em uma MEU (Macrozona de Expansão
Urbana); em uma zona ZR4/ZR2.
ZONA
|
CARACTERÍSTICAS
|
Coeficiente de
Aproveitamento do Terreno (CAT)
|
Taxa de Ocupação
(TO)
|
ECS2
|
Comércio de Bairro
/ Atividades GI - 2
|
ZR-1 = 2,5
|
70%
|
ZR-2 / ZR-3 = 3,5
|
70%
|
||
ZR-4 = 4,5
|
80%
|
TABELA 08 – Tabela do Anexo II, Quadro 6, da lei 7.974 –
Lei de Uso e Ocupação do Solo
A atividade educacional,
ou instituições de ensino são enquadradas como Atividades GI e GII em
conformidade com o Grau de Impacto de acordo com a Comissão Nacional de
Classificação (http://www.cnae.ibge.gov.br) e de acordo com o Anexo I, Quadro 1
e Quadro 2 da lei 7.974 – Lei de Uso e Ocupação do Solo:
GI-108
Educação Infantil – Creche - GRAU I - até 300m2
GI-109 Educação
Infantil – Pré-escola - GRAU I - até 300m2
GI-131 Ensino de
esportes - GRAU I - até 300m2
GII-277 Educação
profissional de nível técnico - GRAU II - até 600m2
GII-319
Ensino Fundamental - GRAU II - SEM LIMITE DE ÁREA
GII-320
Ensino Médio - GRAU II - SEM LIMITE DE ÁREA
GII-321 Educação
profissional de nível técnico - GRAU II - SEM LIMITE DE ÁREA
Quadro nº 5-3 – Quadro-síntese de usos e atividades em
ZR-4
Ensino Até Primeiro
Grau – interior / eixos locais
Ensino Segundo Grau,
Superior – eixos locais
Hospedaria-Residência
(com Cômodos) – interior / eixos locais
Hotel – eixos locais
Creche – interior /
eixos locais
Em função da proposta,
conforme explicado, a área escolhida é estratégica devido a sua localização
ligeiramente central e próxima à área de expansão urbana que tende a se
desenvolver mais rápido (figura abaixo). Se os pais que trabalham o dia todo
pretendem deixar seus filhos no internato, sempre vão ter a possibilidade e
facilidade de interagir com seu filho ou com o internato sempre que precisarem
ou forem solicitados.
FIGURA – Localização do internato na cidade.
Fonte da figura:
Imagem do Google Earth com figura da implantação.
4.2.
Programa Básico de Necessidades:
O Programa de necessidades
visa atender o ensino infantil, fundamental ciclo 1 e ciclo 2, ensino médio e
laboratórios com especificidades para as disciplinas ofertadas. Além disto, o
setor residencial para alunos internos e professores ou funcionários
residentes.
Setores básicos que compõe
o internato (alguns setores podem ser comuns a duas ou mais áreas distintas):
Setor
Administrativo:
Recepção vinculada à sala de matrículas;
Secretaria;
Sala da Diretoria com lavabo dedicado;
Sala de Coordenação Pedagógica;
Sanitários
para a área administrativa;
Sala de Professores;
Sala da(o) Assitente Social;
Copa da área administrativa;
Sala de arquivos físicos e digitais;
Sala de Vigilância por CFTV;
Setor
Pedagógico:
Salas de Leitura com biblioteca;
Salas de Aula - ENSINO INFANTIL;
Laboratório de Línguas;
Salas de Atividades Lúdicas;
Salas de Reforço;
Sala de brinquedos;
Laboratório de Física;
Laboratório de Química;
Laboratório de Ciências Naturais;
Laboratório de Metrologia;
Depósito de material didático;
Quartos de Descanso;
Setor de
Vivência:
Sanitário de alunos (masculino e feminino);
Galpão esportivo com quadras e piscinas;
Auditório;
Cine-Teatro Multiuso;
Parque e área comum;
Refeitório;
Cozinha;
Despensa;
Setor de
Serviços:
Alojamento de funcionários;
Depósito de material de limpeza;
Área de serviços com Lavanderia;
Áreas de Carga e Descarga;
Oficina de Manutenção;
Alojamento de residentes masculinos;
Alojamento de residentes femininos;
Estacionamento
4.2.1. Fluxograma do
Internato Escolar
4.3.
Estacionamento e Trânsito
4.3.1. Estacionamento
externo
Contem 120 vagas (16 vagas
acessíveis) disponíveis ao público em geral, e um ponto de ônibus na calçada do
estacionamento.
Toda a área de
estacionamento, com exceção das vagas acessíveis, deve ser pavimentada com
concregrama para promover a permeabilização do solo.
4.3.2. Estacionamento
interno
Contem 440 vagas (18 vagas
acessíveis) e 6 vagas para ônibus. Estas vagas só serão utilizadas por pessoas
cadastradas com permissão para passar pela guarita como funcionários, pais de
alunos da creche e excepcionalmente no caso de grandes eventos culturais ou
esportivos quando será aberto de forma controlada ao público convidado.
Toda a área de
estacionamento, com exceção das vagas acessíveis, deve ser pavimentada com
concregrama para promover a permeabilização do solo.
4.3.3. Arruamento
As ruas internas do
complexo contornam o terreno não sendo permitido o acesso livre ao núcleo que
será controlado por cancelas eletrônicas acionadas por controle remoto com
funcionários autorizados. Portanto, ao passar pela entrada principal, o
motorista deve passar pela guarita e contornar o complexo a partir da direita,
percorrendo 1.550 metros entre entrar e sair do complexo, aproximadamente 5
min, na velocidade máxima de 20 km/h.
A pavimentação das ruas
internas será de asfalto ecológico de última geração agregando pó de borracha
oriunda de pneus triturados.
4.3.4. Trânsito de
pedestres
A partir do estacionamento
externo ou do ponto de ônibus, o pedestre, aluno ou não, deverá
obrigatoriamente passar pela roleta da guarita em direção ao seu destino
através de calçadas próprias para pedestres, revestidas de material cimentício permeável
entretravado ou piso permeável drenante, dotadas ainda de piso tátil indicando
caminhos, obstáculos e travessias. As calçadas variam em suas dimensões na
largura entre 2; 2,5; 3 e 4 metros, dependendo da localização e fluxo previsto
de pessoas. Alguns trechos de calçadas devem ser cobertos para o trânsito de
alunos e funcionários.
4.4.
Prédio Escolar
O prédio escolar, dotado
de 64 salas de aula e 16 salas de apoio técnico-administrativo, está dividido em
dois pavimentos: térreo e superior.
4.4.1. Distribuição das Salas de Aula
As turmas serão divididas
conforme tabela abaixo:
Creche: até 2 anos
(cuidados especiais em períodos flexíveis);
Pré-escola = 2 anos (4
semestres ou períodos: do PRÉ1 a ALFAB.);
Ensino fundamental = 9
anos (18 semestres ou períodos);
Ensino médio = 3 anos (6
semestres ou períodos); OBS.: o quarto ano será oferecido para aqueles que
optarão por cursos profissionalizantes durante a noite.
IDADE
Aprox.
|
TURMA 1
|
TURMA 2
|
TURMA 3
|
TURMA 4
|
|||
Até 2
|
Berçário
|
06
|
07
|
NA
|
NA
|
Creche
com Educação
Infantil
|
|
2 / 3
|
Maternal
|
10
|
10
|
NA
|
NA
|
||
3 / 4
|
Fase I
|
10
|
10
|
NA
|
NA
|
||
4 / 5
|
Fase II
|
10
|
10
|
NA
|
NA
|
||
5 / 6
|
1º ANO
|
24
|
24
|
24
|
24
|
Ensino
Fundamental
|
|
6 / 7
|
2º ANO
|
24
|
24
|
24
|
24
|
||
7 / 8
|
3º ANO
|
24
|
24
|
24
|
24
|
||
8 / 9
|
4º ANO
|
24
|
24
|
24
|
24
|
||
9 / 10
|
5º ANO
|
24
|
24
|
24
|
24
|
||
10/11
|
6º ANO
|
24
|
24
|
24
|
24
|
||
11 12
|
7º ANO
|
24
|
24
|
24
|
24
|
||
12/13
|
8º ANO
|
24
|
24
|
24
|
24
|
||
13/14
|
9º ANO
|
24
|
24
|
24
|
24
|
||
14/15
|
1º ANO
|
24
|
24
|
24
|
24
|
Ensino
Médio
|
|
15/16
|
2º ANO
|
24
|
24
|
24
|
24
|
||
16/17
|
3º ANO
|
24
|
24
|
24
|
24
|
||
17/18
|
4º ANO
|
24
|
24
|
24
|
24
|
||
TOTAL
|
348
|
349
|
312
|
312
|
1321
alunos
|
||
TABELA –
Simulação para distribuição de alunos por turma no internato proposto.
Neste cenário serão 60
turmas conforme tabela acima, considerando todas as fases de ensino.
Na proposta desta escola é
possível adotar uma sala para cada disciplina a fim de proporcionar o ambiente
próprio voltado àquela disciplina com recursos visuais e tecnológicos
instalados e adequados facilitando a didática e o trabalho do professor.
A oferta de internato será
dada para alunos matriculados a partir do 7º ano do ensino fundamental ou ano
posterior, com idade mínima de 12 anos completos (células verdes da tabela 08).
4.4.2. Construção
Usando na fundação radier
e pontos de ancoragem com sapatas, toda a estrutura será montada nas paredes
estruturais das salas no prédio escolar. A estrutura estética na cor vermelho
da figura abaixo é metálica, revestida com argamassa de agregado leve à base de
vermiculita aplicado por spray ou com o uso de espátulas e fechada com placas
cimentícias leves para dar a aparência robusta nas colunas que serão usadas
para captar água e conduzir dutos e tubos da casa de máquinas ao prédio
escolar.
FIGURA – Detalhe
construtivo das colunas externas do prédio escolar.
4.4.2.1. Estrutura do
prédio escolar
Sistema construtivo usando
painéis estruturais de PVC preenchidos com concreto: este sistema foi
desenvolvido para a construção de obras de arquitetura e engenharia, sendo adequado
a diversas tipologias de projeto. É composto por diferentes perfis modulares
vazados de PVC, acoplados entre si por meio de encaixes "fêmea e
fêmea" unidos por perfis "chaveta", e posteriormente preenchidos
com concreto, produzindo paredes e divisórias resistentes para construção de
edificações. A tecnologia é indicada para a produção de paredes estruturais,
térreas ou assobradadas. Dispensa o uso de equipamentos pesados, como
guindaste, e ferramentas especiais. Atendem às condições de conforto térmico e
acústico e segurança contra o fogo, são resistentes à ação de fungos, à maioria
dos agentes químicos e às intempéries, reduzindo a necessidade de manutenção
das paredes. Permitem ampliações e também a aplicação de revestimentos
diversos, tais como cerâmica, texturas, reboco, massa corrida ou pintura. O
sistema atende aos requisitos da norma NBR 15.575:2013 -
Edificações Habitacionais - Desempenho e às exigências dos principais programas
habitacionais brasileiros. (Revista TECHNE, 2013)
FIGURA – Detalhe
construtivo das paredes do prédio escolar.
Fonte da figura: Site da PINI Web, http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/199.
4.4.3. Conforto termo acústico
As salas de aula do prédio
principal foram dimensionadas para promover conforto acústico aos alunos e ao
professor. O foco deste objetivo é voltado ao professor para evitar esforço ao
falar durante muito tempo.
Uma vez estabelecidas as
dimensões e proporções corretas para as salas, se considerou criar ligeiras
inclinações nas paredes, tendo por base que as paredes divergentes direcionam
as reflexões para o fundo da sala. Então foram propostos ângulos de inclinação
de 10o e de 27o nas paredes laterais e teto (MARLENNE,
2006), ficando a forma da sala como apresentado nas figuras abaixo.
O conforto térmico se dará
pela ventilação cruzada possível em todas as salas, ausência de luz solar
direta sobre as janelas das salas, refrigeração artificial do ambiente com
instalação de K7s nos tetos e, por fim, um sistema de ventilação forçada a
partir da casa de máquinas (ver Casa de Máquinas).
O controle opcional da
ventilação cruzada, em caso de ventos muito fortes ou tempestades, pode ser
feito através de janelas guilhotinas instaladas entre as colunas externas
protegendo os corredores em torno das salas oferecendo também como objetivo
secundário uma proteção extra contra invasores no prédio escolar.
4.5.
Prédios auxiliares
Estes prédios foram
concebidos com foco na função, cuidando para que não ofusquem a principal visão
do prédio escolar. Por isto suas formas são singelas e particularmente
camufladas pela cobertura que tem seu objetivo definido.
Usando na fundação radier e pontos de ancoragem com
sapatas, toda a estrutura será montada nas paredes estruturais destes prédios.
A estrutura estética na cobertura que os circundam é de estrutura metálica com
perfis de aço em ASTM A36 pintado com tinta a base de epóxi, revestido com
placas cimentícias de 8 mm para dar a aparência robusta no balanço que tem o
único objetivo de proporcionar sombra às paredes externas da biblioteca e
abrigar sob suas placas os condensadores dos equipamentos de refrigeração.
FIGURA – Cobertura em
balanço no prédio administrativo.
A cobertura destes prédios
é em laje protendida pré-fabricada e abrigará em toda a sua extensão, placas
foto voltaicas para captação de luz solar e conversão em energia elétrica que
será armazenada em bancos de baterias que fornecerão energia para iluminar o
complexo durante a noite.
Os painéis fotovoltaicos
devem ser instalados em um local ensolarado e sem sombras, orientados para a
direção norte, com inclinação de acordo com a tabela ao lado. A fixação dos
módulos fotovoltaicos deve ser feita em suportes ou perfis resistentes à
corrosão, ao sol, a ventos fortes e tempestades. Os módulos tem durabilidade
aproximada de 20 anos desde que manutenidos adequadamente.
4.5.1. Biblioteca
Com área útil de 680 m2
em forma de L, à esquerda do prédio escolar, está equipada com recepção para
cadastro e atendimento de alunos, professores e público externo para empréstimo
de livros ou qualquer outro material impresso do acervo, com serviços de mecanografia,
impressão e plotagem para os que são cadastrados; Centro de manutenção e restauração
de livros na sala do curador da biblioteca; Banheiros acessíveis; Centro de
pesquisas com 28 terminais de acesso à internet; Estantes modulares para guarda
de livros, materiais impressos e mídias digitais; 16 Mesas com 4 lugares cada
dispostas no prédio; Portas de fuga com barras anti-pânico em todas as paredes.
FIGURA – Planta baixa
da biblioteca.
4.5.2. Praça de
Alimentação
Com restaurante para 80
lugares e lanchonete (cantina) com 60 lugares, são ao todo 140 lugares
sentados, podendo atender até 280 pessoas por hora, considerando 30 minutos
sentados para cada pessoa, contando com os 265 m2 do restaurante e
255 m2 da cantina, disponíveis para refeições.
O restaurante e a
lanchonete contam com setores de apoio compostos por recepção, banheiros
acessíveis, rampa para self-service, cozinha industrial, higienização de
utensílios públicos, paiol seco (despensa), área de triagem, depósito de
bebidas, sala de refrigeração de bebidas, banheiros de funcionários,
compartimentos para lixo orgânico e lixo inorgânico separados, compartimento
para garrafa de gás butano, compartimento para quadro de luz, área de carga e
descarga e área para estacionamento do utilitário do restaurante.
A lanchonete, além de
contar com o apoio dos setores do restaurante, tem seu próprio balcão de
atendimento com uma pequena cozinha dotada de refrigeradores, fogão,
micro-ondas e outros utensílios elétricos para atender a demanda local, voltada
principalmente ao preparo de alimentos saudáveis e sucos naturais. Não é uma
área fechada como a praça de alimentação do restaurante que pode ser refrigerada
artificialmente.
FIGURA – Planta baixa
do restaurante e lanchonete.
4.5.3. Recepção e
Administração
Voltados principalmente
para atendimento ao público, conta com setores de atendimento com recepção e
matrículas. Concentram-se neste prédio a secretaria da escola, tesouraria, sala
de TV, copa, banheiros, sala de arquivos físicos e digitais, sala de reuniões,
sala de espera com banheiro misto, sala do diretor e varandas em torno
proporcionando sombras e conforto térmico.
FIGURA – Planta baixa
do prédio administrativo.
A sala de TV (5) poderá
ocasionalmente ser usada como uma pequena sala de reuniões para atender pais
quando for necessário um local mais reservado, por pouco tempo. Outrossim, a
sala do diretor será o local para as reuniões mais longas e privadas quando
assim for o caso.
4.5.4. Creche com Ensino
Infantil
Voltada preferencialmente
aos filhos de professores que no internato trabalham, poderá também, para
completar o quadro de alunos, aceitar crianças indicadas por tutores que já
contratam o internato para outros filhos ou dependentes.
Conta com dois berçários
servidos por uma sala de lactação e uma sala de higienização totalizando 74m2,
um depósito de material e brinquedos, duas salas para o Pré-I com 30m2
cada, duas salas para o Pré-II com 30m2 cada, duas salas para o
Pré-III com 30m2 cada, sala de atividades lúdicas com 38m2
totalmente envidraçada e com vista para o parquinho ou playground de 135m2
com brinquedos em piso de grama artificial, sala central com recepção e
administração, cozinha com refeitório para até 40 crianças, setor de serviços
com lavanderia, despensa e banheiro de funcionários.
O prédio tem suas
extremidades dotadas de portas de fuga e as entradas ou saídas principais são
na recepção e tangentes ao parquinho descoberto.
FIGURA – Planta
baixa da creche com ensino infantil.
4.6.
Capela
Aproximadamente no centro
do terreno, cercada por um pequeno lago artificial está implantada a pequena
capela de 145m2 voltada principalmente aos alunos e professores que
exerçam sua fé através deste símbolo icônico. Desprovida de formas religiosas pragmáticas,
o único símbolo presente é voltado ao Cristianismo: a grande cruz branca no
fundo da capela.
FIGURA – Vista em
perspectiva da Capela do internato.
4.7.
Dormitórios masculino e feminino para internos
Os dormitórios são capazes
de acomodar até 184 crianças: 92 vagas para meninas em 2 prédios e 92 vagas
para meninos distribuídos em outros 2 prédios, ambos separados por cercas e
vigia monitorada.
Cada prédio definido em
uma forma circular compreende em seu centro o banheiro coletivo com capacidade
para atender todos os residentes do prédio sem congestionamento. Na geratriz
estão 11 quartos para 4 crianças cada e 1 quarto adaptado para cadeirantes,
portanto, serão 2 residentes apenas neste quarto totalizando 46 vagas. Uma das
vagas será destinada ao responsável pela disciplina do prédio. Cada quarto tem
sua própria copa, externa ao quarto e sem portas por questões de segurança.
Nesta copa cabe geladeira, micro-ondas, pia e tanque de lavar roupas. Não há
instalações para fogão a gás. Os armários desta copa podem ser fechados com
chaves para cada residente.
A ventilação é cruzada
nestes prédios através dos bicicletários entre os quartos (cabem até 4
bicicletas na vertical em cada vaga), espaço gradeado nos canteiros, permitindo
renovação constante do ar dentro do prédio e no banheiro coletivo que tem
janelas intercaladas na altura, próximas ao teto.
A iluminação interna é
promovida por claraboias instaladas na laje, entre cada copa e o banheiro
coletivo, mantendo, durante o dia, o corredor sempre iluminado dispensando o
uso de iluminação artificial.
Os dois prédios masculinos
estão contidos em um lote do complexo, cercados por cerca metálica e cerca viva
e suas entradas e saídas passam obrigatoriamente pelas residências dos
funcionários que durante os horários de recolhimento, estas passagens devem ser
vigiadas e autorizadas por estes funcionários. O mesmo vale para os prédios
femininos.
Faz parte dos lotes
masculino e feminino, dentro do cercado: gramado em torno dos prédios,
arborização, equipamentos de ginástica ao ar livre, jardinagem, quadra
poliesportiva, playground, gazebos e praça. Contam com wireless para acesso a
internet em horários definidos e sinal de TV por satélite. Todos os lotes são
monitorados por circuito interno de TV em sua área externa.
FIGURA – Vista em
perspectiva do residencial dos internos.
FIGURA – Planta baixa
da implantação com layout dos prédios residenciais.
4.8.
Residências para funcionários
Considerando que o
internato exige a presença constante de funcionários para manutenção das
instalações, manutenção da disciplina e da segurança dos internos, da aplicação
de atividades extracurriculares ou lúdicas e gerência do complexo, há
residências unifamiliares instaladas com 90m2 cada, totalmente
acessíveis e independentes podendo ser instaladas em várias partes do complexo
considerando a área em torno do centro poli esportivo além das previstas no projeto.
O sistema construtivo
destas residências prevê o mesmo usado no prédio escolar, ou seja, painéis
estruturais de PVC preenchidos com concreto, radier em suas fundações e laje
somente sobre o banheiro e corredor para instalação da caixa d’água, antena e
placas solares para aquecimento de água e captação de energia fotovoltaica.
4.9.
Teatro com salão de festas e área multifuncional
Predominantemente
construído com estrutura metálica e alvenaria tradicional, abriga um cineteatro,
salão de festas multiuso e área multifuncional para atividades lúdicas.
4.9.1. Cineteatro
Platéia com 500 cadeiras
em degraus permitindo visão ampla do palco sem interferências, acesso a
cadeirantes no primeiro nível e no nível intermediário da plateia, palco em
madeira com 1 metro de altura com profundidade flexível proporcionada por
paredes móveis, bastidores com quatro camarins, banheiros para os bastidores e
para platéia, depósitos de cenário ao lado do palco, área para concentração,
sala para equipamentos de ventilação e ar condicionado, sala para equipamentos
de combate a incêndios contendo bomba centrífuga motorizada com motor a
explosão e um moto-gerador de emergência, saídas de emergência em três níveis e
sala de projeção.
FIGURA – Planta baixa
dos bastidores do teatro com palco e primeira fila da plateia.
Sob a plateia, integrado
ao prédio do teatro, é a principal entrada de espectadores no térreo servindo
como saguão principal durante apresentações teatrais ou sessões de cinema,
devendo ser isolado da plateia através de portas no corredor de comunicação
quando houverem eventos programados no salão de festas de 950m2,
dotado de palco para bandas, apresentações ou bancas, banheiros, cozinha para
atender eventos e cocktails além de varandas em torno do prédio. O aquário no
salão, sob a plateia, manterá a umidade relativa interna e é interligado ao
aquário externo através de tubos com o objetivo de manter insolação na água.
Este aquário pode ser usado de forma didática para criadouro de peixes
ornamentais ou não.
Além de servir ao
internato para diversos eventos, é uma fonte de renda para a instituição através
de convênio com outras instituições de ensino ou empresas patrocinadoras
cabendo ao internato a administração dos fluxos.
4.9.2. Salão
multifuncional
Com 620m2 e
6,3m de pé direito, sobre o salão de festas, pode ser uma extensão do próprio
salão de festas através das rampas e escadas permitindo acesso ao nível
intermediário da plateia acessível e acesso ao nível superior da plateia com
banheiros e cabine de projeção atavés das escadas no centro. As laterais são
cobertas nas rampas e na escada. A frente deste salão é aberta e protegida por
guarda corpo inoxidável, permitindo ventilação natural e pouca insolação visto
que é voltada para o leste.
Para o internato, o espaço
será usado para atividades esportivas lúdicas como pingue-pongue, dança, artes
marciais e até feiras cobertas para exposições de trabalhos, podendo ser no
salão multifuncional ou no salão de festas. Caberá à administração colegiada
decidir a utilização coordenada destes espaços.
4.10.
Centro esportivo com quadras, piscina e pista olímpica
Por se tratar de um centro
esportivo com administração centralizada, deverá estar aberto ao público como
fonte de renda para o internato, oferecendo os espaços e equipamentos às
escolas e empresas cadastradas assim como pais de alunos e seus familiares.
Esta movimentação pública deve ser administrada pelo cadastro prévio e
autorizada a partir da guarita na entrada principal.
4.10.1. Pista olímpica e campo de
futebol gramado
A pista olímpica está
dimensionada de acordo com a Confederação Brasileira de Atletismo,
compreendendo em seu centro um campo de futebol gramado e pistas de salto em
distância. Outros equipamentos de atletismo podem ser instalados no futuro.
4.10.2. Quadras poliesportivas
O centro esportivo conta
com duas quadras poliesportivas oficiais: uma coberta e uma descoberta. Além
delas e também monitorada pela administração do centro esportivo, há uma quadra
poliesportiva descoberta no alojamento masculino e uma quadra poliesportiva no
alojamento feminino. Há também duas quadras de tênis próximas às arquibancadas.
FIGURA – Planta de
localização das quadras poliesportivas e de tenis.
4.10.3. Arquibancadas
Entre a pista olímpica com
campo de futebol e a quadra poliesportiva e piscina, a arquibancada pode
acomodar ao todo, no máximo 2.400 espectadores, sendo 1400 no lado da pista
olímpica e 1000 no lado da piscina com quadra coberta.
Entre as arquibancadas, que
se comunicam pelo térreo ou por pontes, há uma rua dividindo-as com acesso às
salas de apoio e utilidades sob a estrutura das arquibancadas:
·
Banheiros
coletivos, feminino e masculino;
·
Banheiros
acessíveis independentes;
·
Rouparia
com lavabo;
·
Lavanderia
com lavabo;
·
Consultório
odontológico com sala de espera e lavabo;
·
Consultório
médico ou nutricionista com sala de espera e lavabo;
·
Sala
de coordenação pedagógica de educação física e do gerente do centro esportivo,
com lavabos;
·
Sala
dos professores de educação física com lavabos;
·
Depósitos
de material esportivo;
·
Oficina
de manutenção com lavabo;
·
Ferramentaria
e depósito de sobressalentes;
·
Grêmio
estudantil;
·
Mini
comércio de produtos básicos para higiene pessoal, medicamentos recomendados
pelo médico e dentista que prestam plantão e outros produtos aprovados por
nutricionista e pela administração do internato;
·
Vagas
privativas de automóveis para o médico, dentista, gerente do centro esportivo,
coordenador pedagógico e duas vagas para manutenção.
4.10.4. Piscina olímpica e quadra
poliesportiva
Tangente a arquibancada menor e totalmente coberta, a quadra poliesportiva é cercada com tela de arame
metálico revestido com PVC, assim como todas as quadras poliesportivas.
A piscina olímpica, de 50 m
x 25 m, tem 1,3 m de profundidade por questões de segurança e parcialmente
coberta para proporcionar insolação na água. O acesso ao interior da piscina
pode ser por escadas ou por rampas instaladas nas duas extremidades.
FIGURA –
Perspectiva da cobertura da piscina olímpica.
4.11. Casa de máquinas
Localizado no centro do
complexo, abriga duas bombas de combate a incêndios com motores autônomos a
explosão, tratamento da água da piscina, duas bombas de distribuição de água
potável para as quatro caixas d’água de 60.000 litros, duas bombas para
distribuição de água de reuso para as duas caixas d’água de 30.000 litros em
uma pequena oficina de manutenção com ferramentas e peças sobressalentes para
estes equipamentos.
FIGURA – Planta
simplificada de localização dos equipamentos hidráulicos.
Anexo à casa de máquinas,
no subsolo, funciona uma estação de tratamento de águas cinzas para
reaproveitamento em irrigação de jardins e descarga de sanitários.
4.11.1. Valores médios adotados para
estimar consumo de água
Cálculo da população:
(CREDER, 2006)
Alunos Residentes: 180 x
200 litros/dia = 36.000 litros / dia
Funcionários residentes
(considerando 3 pessoas por casa x 12 casas): 36 x 200 litros = 7.200 litros /
dia
Alunos não residentes:
1.300 x 100 litros = 130.000 litros / dia
Funcionários não
residentes: 200 x 100 litros/dia = 20.000 litros / dia
Restaurante: 5.000 litros
/ dia
Teatro: 3.000 litros /
dia
Centro esportivo: 10.000
litros / dia
4.11.2. Armazenamento de água
Quatro Caixas d’água
potável com 60.000 litros cada = 240.000 litros
Duas Caixas d’água de
reuso com 30.000 litros cada = 60.000 litros
Uma caixa d’água potável
de 1.000 litros em cada residência staff = 12.000 litros
Uma caixa d’água de 500
litros de reuso em cada residência staff = 6.000 litros
Duas caixas d’água
potável de 1.000 litros no teatro = 2.000 litros
Uma caixa d’água de reuso
de 1.000 litros no teatro = 1.000 litros
Uma piscina com 1.625 m3
= 1.625.000 litros
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho apresentado
nesta monografia identifica uma preocupação com o bem estar das crianças e
adolescentes em função do perfil que se configura aos novos pais ou às novas
famílias onde ambos, pai e mãe, trabalham e carecem de recursos adequados,
públicos ou privados, para garantir a educação adequada com disciplina e boas
referências.
Culturalmente, no Brasil,
não há uma tradição positiva com relação aos internatos, entretanto, pensando
nos recursos tecnológicos e materiais disponíveis atualmente, assim como
legislação adequada que protege os direitos da infância e juventude, a proposta
de internatos para estas famílias que por vezes furtam-se o direito da prole em
função da falta de opções, é viável. A renovação cultural com relação aos
internatos ou semi-internatos oferece a estes pais a chance de ter filhos
sabendo que serão cuidados com a devida atenção e disciplina.
Cuidados com o partido
arquitetônico devem ser exaustivamente considerados para cativar esta faixa
etária que anseia por informação, conhecimento e novidade inspirando até a
curiosidade. Usar a edificação como referência geométrica para ensinar ou versar
aritmeticamente, não devem ser desconsideradas.
Espera-se que este
trabalho venha desta forma subsidiar, principalmente, uma mudança cultural e
quebra de paradigmas com relação ao internato.
6. IMAGENS
7. REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA
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Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira.
Excelente proposta do autor. Seria bastante interessante o governo, que finalmente resolveu começar a aplicar 10% do PIB na Educação Pública, implantar internatos públicos para estudantes.
ResponderExcluirÉ interessante observar o ganho em eficiência e qualidade de ensino, num internato. Como pode ser observado por esta notícia (http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/melhor-colegio-gratuito-do-rio-no-enem-2012-escola-sesc-vira-referencia-em-apenas-5-anos-11044480), o Internato do SESC no RJ tem "apenas" 8 anos de existência e já se configura entre os primeiros colocados no ENEM. Se o governo criasse internatos públicos iguais a esse, por meio de PPP, em todo o território nacional, nossos estudantes teriam um incentivo maior para estudarem e os professores também seriam igualmente valorizados.
ResponderExcluirkkkkkkk Plágio descarado da proposta da ESEM (Escola SESC Ensino Médio) na Barra da Tijuca no Rio.
ResponderExcluirFavor fundamentar sua acusação de plágio "descarado". E quando apresentar, demonstre respeito.
ExcluirDeixo claro que durante o meu trabalho de TCC desconhecia a proposta da ESEM (se é esse o nome mesmo).
Sem comentarios. Isto é um optimo projecto e que de certeza podera criar gente de futuro.
ResponderExcluirJusto o que eu procurava sobre guarda corpo bh. Obrigado!
ResponderExcluirfantastico, uma duvida quanto ficaria para construir e manter?
ResponderExcluirparabéns.